Depois de defender o modelo de concessões rodoviárias apresentado pelo governo federal, o líder do governo na Assembleia Legislativa, Hussein Bakri (PSD) mudou o tom do discurso nesta sexta-feira (12). Em audiência pública promovida pela Assembleia em Cornélio Procópio, no Norte do estado, Bakri indicou que o governo do Paraná buscará um pedágio pelo menor preço. A proposta de Brasília é de um leilão híbrido, alinhando desconto limitado na tarifa a um valor de outorga a ser pago pela empresa vencedora. Bakri chegou a dizer, anteriormente, que o governo convenceria os deputados estaduais de que essa era a melhor modelagem para o pedágio no Paraná.
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“O governo Ratinho Junior, a Assembleia Legislativa, nós queremos um modelo com obras e com o menor preço. O governador pediu que eu transmita isso a vocês. Fiquem seguros de que o governo não vai abrir mão de um modelo que seja colocado em prática o menor preço. Coloquem isso na cabeça de vocês. Trago esse recado do governador. Essa consciência, um processo extremamente transparente, como é a vida do nosso governador”, declarou Bakri, após elogiar a iniciativa da Frente Parlamentar do Pedágio de promover as audiências públicas e dizer que, “a seu tempo”, o modelo proposto será revisado.
O Ministério da Infraestrutura concluiu estudos recomendando o modelo híbrido para o pedágio paranaense como forma de garantir uma redução na tarifa sem comprometer o cronograma de R$ 42 bilhões em investimentos em obras. O modelo foi defendido pelo secretário da infraestrutura, Sandro Alex, pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e pelo próprio líder do governo. Desde a última semana, com o início das audiências públicas promovidas pela Assembleia, no entanto, a pressão é forte por parte dos deputados estaduais, de entidades representativas do setor produtivo e da sociedade paranaense como um todo.
Na primeira audiência pública promovida pela Assembleia, três representantes do Ministério da Infraestrutura tentaram convencer os deputados das vantagens do novo modelo, mas não obtiveram sucesso. Em visita a Cascavel, no último dia 4, o presidente Jair Bolsonaro recebeu uma carta dos empresários do Oeste do estado contestando o modelo e ouviu apelos do governador Ratinho Junior (que chegou a ser vaiado no evento por causa do pedágio) para rever a modelagem e retirar a praça de pedágio entre Cascavel e Toledo da proposta. A sequência de manifestações (o modelo foi rechaçado em audiências públicas em Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e, agora, Cornélio Procópio) fez o líder do governo anunciar a mudança de postura.
“Está tudo no tempo certo, não se preocupem. Se tem uma virtude que a Frente trouxe, foi trazer à baila a necessidade de discutir esse modelo proposto pelo governo federal. Vocês estão de parabéns. Cabe à sociedade entender isso e aprofundar esse debate. Foi trazido à baila esse problema. A partir de agora, nós temos que fazer com que todos os movimentos vão no mesmo sentido. Eles vão acontecer. Acreditem. Porque nós temos algumas convicções que são nossas”, disse Bakri, que ainda reforçou a proposta de criar uma comissão de deputados para ir a Brasília debater o modelo com a bancada federal e o Ministério da Infraestrutura. “Vamos nos reunir com os deputados federais e mostrar ao ministro [Tarcísio Freitas]: ministro, não é isso que o Paraná quer, o Paraná quer o outro modelo e nós vamos buscar e vamos alcançar. Essa frente teve um grande papel para que nós chegássemos até aqui. Vamos em frente, o Paraná vai vencer essa batalha”, concluiu.
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