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Por unanimidade, a Câmara Municipal de Curitiba elegeu, nesta quarta-feira (21) o vereador Marcelo Fachinello (PSC) para a presidência da Casa nos anos de 2023 e 2024. Vereador em primeiro mandato, Fachinello venceu nomes antigos da Câmara em uma bem sucedida articulação interna e chegou para a eleição desta quarta-feira como candidato único ao posto. Fachinello recebeu os votos dos 37 vereadores presentes na sessão (Flávia Francischini – União) não compareceu. É a primeira vez desde Íris Simões, em 1995, que um vereador de primeiro mandato assume a presidência da Câmara.
Se é um dos mais novos vereadores da Casa, Fachinello terá como vice-presidente e decano da Câmara, Tito Zeglin (PDT), que está em seu 9º mandato no Legislativo Municipal. O segundo vice-presidente da Casa será Mauro Ignácio (União). Osias Moraes (Repulicanos) será o primeiro secretário. Todos eleitos por unanimidade, mesmo vereadores do PT tendo criticado a indicação e lamentado estarem votando em Osias Moraes, um dos autores do pedido de cassação de Renato Freitas (PT). “Com pesar, Osias” votou Carlo Dartora. “Diante dos compromissos assumidos, Osias Moraes”, declarou Professora Josete. “Com pesar, aquele que tentou cassar meu mandato, Osias Moraes”, votou Renato Freitas.
Osias Moraes, inclusive, era outro nome que se colocava para disputar a presidência da Casa, mas, nas negociações, em com a resistência dos vereadores da oposição, cedeu e aceitou a primeira secretaria, cargo que cuida de toda a administração da Câmara.
A Mesa da Câmara terá, ainda, a segunda secretária Maria Letícia (PV), o terceiro secretário Mauro Bobato (Podemos) e o quarto secretário Leônidas Dias (Solidariedade). Maria Letícia, no entanto, não teve o voto contrário de Eder Borges (PP), que se absteve. “Enquanto eu estiver nesta casa, PT e seus aliados nunca terão unanimidade, voto não”.
Em outra votação, desta vez com abstenção de Carol Dartora e Renato Freitas, Ezequias Barros (PMB) foi eleito para a Corregedoria da Câmara.
Em seu discurso de agradecimento, Fachinello citou que os vereadores do bloco majoritário de 27 parlamentares que o indicou para a presidência "foram firmes, cumprindo o que foi acordado, mesmo que a tentativa de demovê-los tenha sido grande e pesada".
Semanas antes da eleição na Câmara, Marcelo Fachinello não era um nome que despontava como candidato à presidência da Casa. Sabino Picolo (União), Tito Zeglin (PDT), Alexandre Leprevost (Solidariedade) e Mauro Botato (Podemos) tentavam construir suas candidaturas. Sem acordo entre esses nomes, no entanto, Marcelo Fachinello e Osias Moraes surgiram como postulantes na reta final da disputa. E, dentro do bloco partidário com 27 vereadores que se formou para indicar os principais cargos da Mesa, Fachinello foi o que melhor venceu resistências (o bloco reunia do PSD ao PT) e saiu como candidato único.
“Na reta final acabei me postulando e aí foi uma construção com outros pré-candidatos que estavam no mesmo bloco partidário. Não houve embates, foi uma construção e eles abriram mão, fazendo uma composição”, contou Fachinello à coluna.
Membros do outro bloco partidário, com 11 vereadores, que ficaram com a indicação, apenas do 3º e 4º secretários da Casa, atribuem a ascensão de Fachinello à interferência do deputado estadual Alexandre Curi (PSD) de quem Fachinello foi coordenador de campanha em Curitiba. Segundo esses vereadores, a construção do acordo para a eleição de Fachinello passou, não só pela composição da Mesa da Câmara, como, também, por indicações de cargos para a Mesa da Assembleia Legislativa do Paraná, onde Curi deverá ser primeiro secretário. “Não teve interferência externa, eu, de fato, coordenei a campanha dele aqui. Mas a única coisa foi que pedi a ele que foi que, se tivesse necessidade do aval ao meu nome, ele fizesse”, respondeu Fachinello.
Na gestão da Câmara, o futuro presidente disse que dará sequência ao que classificou de gestão bem sucedida do atual presidente, Tico Kuzma (Pros) nas áreas de transparência, relação com a comunidade, eficiência administrativa e valorização dos servidores e vereadores, e que a marca de sua gestão deverá ser a busca pela proximidade e interlocução com outros poderes e outras instituições. “Para inserir a Câmara nos grandes debates, trazendo protagonismo aos vereadores”, disse.