Requião e Anibelli Neto lado a lado em reunião da comissão executiva estadual do partido MDB em 2018.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
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O MDB do Paraná realiza neste sábado (31) convenção partidária para a eleição de seu novo diretório estadual. A convenção chegou a ser marcada para fevereiro, mas acabou cancelada por decisão da Justiça. Na ocasião, a convenção havia sido convocada pelo então presidente da sigla, deputado Anibelli Neto, mas o presidente nacional da legenda, deputado federal Baleia Rossi dissolveu o diretório estadual, anulando seus atos, e nomeou uma comissão provisória para conduzir a nova convenção.

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O encontro estadual deste sábado, no Hotel Aladdin, em Curitiba, mas com possibilidade de votação virtual, expõe o racha atual do MDB do Paraná. Uma das chapas é liderada pelo ex-governador Roberto Requião, que vê na eleição para a presidência do partido a possibilidade de se viabilizar como candidato ao governo do estado em 2022. A outra chapa é a de Anibelli Neto e reúne os demais parlamentares do MDB (a exceção de Requião Filho) e defende o foco do partido na construção de fortes chapas para as eleições proporcionais.

Como a chapa de Anibelli não prioriza a candidatura própria ao governo, Requião tem alegado, em sua campanha, que a chapa adversária buscaria uma aliança com o atual governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

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“Estão querendo vender o nosso partido. Lançaram uma chapa para apoiar o Ratinho. Apoiar o Ratinho é apoiar o pedágio, a venda de ações da Sanepar e da Copel, o aumento das tarifas de água e energia. E nós lançamos uma chapa com a cara do velho MDB de guerra. Uma chapa com as nossas tradições: identidade forte com a população e fidelidade absoluta à nossa gente”, disse o ex-governador. Caso perca a disputa, Requião, que é o filiado número 1 do MDB do Paraná e fundador do partido no Estado, deve anunciar sua mudança de sigla. “Eu não posso ficar num partido que vai apoiar o Rato. Eu quero ser presidente e o voto de vocês, agora, me garante a vaga para ser candidato do MDB ao Governo do Estado”, afirmou em vídeo distribuído aos filiados.

Anibelli Neto nega qualquer intenção prévia de aliança com o governo do estado, mas cita que a prioridade de um diretório estadual é organizar o partido. “O que queremos é organizar o MDB, ter chapa completa a deputado estadual e federal. Em 2018, o Nereu Moura fez 36 mil votos e não foi eleito, porque não tínhamos chapa. A convenção para decidir candidatura é daqui a um ano. Se ele quer ser candidato, ele que trabalhe a candidatura dele e deixe que a gente toca o partido. Ele não tem mais disposição para rodar o interior ouvindo críticas e convencendo lideranças a se filiar ao partido. Deixa que a gente faz esse trabalho. Mas ele não quer ser candidato, quer tumultuar”, afirmou Anibelli.

A eleição do diretório do MDB se dá por lista fechada, com cada chapa indicando o porcentual que receber na votação de sábado. Depois, entre os membros eleitos para o diretório é feita a eleição da Executiva do partido. “Sempre fui companheiro do Requião, meu pai também, e neste processo ele não teve a dignidade de me ligar e conversar. Era muito fácil fazermos uma composição”, disse o deputado, que ainda ironizou a ameaça de Requião de deixar o partido se perder a convenção. “Aos 80 anos, está se comportando como piá de prédio que leva a bola embora se não ganhar o jogo”.