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Eleito para seu primeiro mandato como senador da República, o ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil) projeta-se como o principal nome de oposição ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de diversos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) terem sido eleitos para o Senado, como o vice-presidente Hamilton Mourão (REP-RS), e os ex-ministros Damares Alves (REP-DF) e Marcos Pontes (PL-SP), é sobre Moro que caem as maiores expectativas de um mandato combativo em relação a Lula e o PT.
Alçado à política depois de sua atuação de destaque na Operação Lava Jato, que culminou com a condenação de Lula à prisão, Moro disse que entrou para a política “para enfrentar o projeto de poder do Lula e do PT”. O ex-juiz tentou se lançar como a “terceira via” à Presidência da República, criticando também o presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro da Justiça e deixou o governo acusando o presidente de interferência na Polícia Federal. Mas, já em sua campanha para o Senado, e principalmente no segundo turno das eleições presidenciais, se reaproximou de Bolsonaro para tentar “evitar a volta do PT à cena do crime”.
Moro foi escolhido por Bolsonaro como um de seus assessores nos dois debates televisivos em que Lula participou no segundo turno, o que causou bastante desconforto ao agora presidente eleito. Nas redes sociais, o ex-juiz, que ainda não deu entrevista após o segundo turno da eleição, disse que enfrentará, no Senado, “a corrupção, a roubalheira, o apoio a ditaduras latino-americanas, a pauta econômica atrasada do PT”.
Moro está no União Brasil, partido de centro, que teve Soraya Tlronicke como candidata a presidente e que optou pela neutralidade no segundo turno. Tendo eleito a terceira maior bancada para a Câmara dos Deputados (atrás apenas do PL de Bolsonaro e da federação liderada pelo PT) o partido é visto como peça chave na busca da governabilidade pela equipe de Lula. O presidente nacional do partido, Luciano Bivar, já fez acenos a Lula e o partido tenta negociar a presidência da Câmara nas articulações sobre composições para 2023.
Ao comentar o resultado da eleição, também nas redes sociais, Moro já havia reafirmado que estará na oposição. “A democracia é assim. O resultado de uma eleição não pode superar o dever de responsabilidade que temos com o Brasil. Vamos trabalhar pela união dos que querem o bem do país. Estarei sempre do lado do que é certo! Estarei na oposição em 2023, respeitando a vontade dos paranaenses”.