Presidente Bolsonaro, em registro desta quinta-feira (4)| Foto: Isac Nóbrega/PR
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Em seu discurso durante ato do governo federal em Ponta Grossa, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), comentou a reabertura do inquérito sobre a facada que recebeu durante a campanha presidencial de 2018 e aproveitou para criticar seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que recentemente anunciou filiação ao Podemos, de olho no Palácio do Planalto. Bolsonaro também usou parte do seu discurso para dizer que foi muito bem recebido na Itália, durante reunião do G20, em resposta a matérias publicadas na imprensa que apontaram um presidente e um país isolados no encontro global.

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“Estão reabrindo o inquérito do Adélio e, agora, vão quebrar sigilo telefônico, sigilo bancário, vamos descobrir se ele agiu sozinho mesmo ou não. Eu acredito que não. E, agora, vamos se chegar ao final deste caso com uma solução, porque, agora, a Polícia Federal tem um bom comandante e temos um bom ministro da Justiça, o que não tínhamos anteriormente”, alfinetou. “Eu quero a verdade, quero esse caso resolvido, assim como quero resolvido o caso Marielle e o caso Celso Daniel”, prosseguiu.

Bolsonaro ironizou a cobertura que recebeu na cúpula do G20. “Destacaram que eu pisei no pé da Angela Merkel e ela disse ‘tinha que ser você’. Fiquei feliz, ela me reconheceu, sabe quem eu sou. À noite, conversamos por mais de 40 minutos. Nós fomos muito bem recebidos por todos, o Brasil é muito bem recebido e eles sabem a nossa importância. Sabem que alimentamos uma em cada cinco pessoas do mundo. Nós somos exemplo, somos solução para o mundo e não problema, produzindo menos de 2% dos gases do efeito estufa”, disse. “Criticaram até que pedi uma coca-cola numa pizzaria. Foi porque não tinha tubaína”, provocou. “Os poucos movimentos de protestos contra mim lá na Itália foram de brasileiros”, concluiu.

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Sobre seu futuro político, Bolsonaro destacou que está “namorando” com três partidos, citando que um deles é o PP de seu líder Ricardo Barros, presente no evento. “Ano que vem temos eleição, temos a renovação política e, também, do Judiciário. Quem for eleito em 2022 colocará, em 2023, mais dois ministros no Supremo Tribunal Federal. E isso pode ser até mais importante que a eleição presidencial”, afirmou, aproveitando para comentar sobre a segurança da urna eletrônica. "E o voto eletrônico vai ser confiável ano que vem. Porque tem uma portaria do Barroso convidando instituições para acompanhar as eleições do ano que vem. Entre elas, as Forças Armadas. E nós aceitamos. E vamos acompanhar todo o processo, desde o código fonte até a sala secreta. Se é isso que o Barroso quer, faremos. E agora vai dar certo. Mas, antes, não era assim que era feito."

Bolsonaro também dedicou parte de seu discurso para pedir apoio dos empresários do agronegócio – maioria entre os presentes no palco do evento. “Levo muita porrada em defesa do agronegócio. Pergunta se eu demarquei alguma terra indígena? O Ibama reduziu em 80% as multas aplicadas, expandimos o direito ao porte da arma de fogo”, destacou.

O presidente finalizou seu discurso criticando a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (PSL). "Há quase três anos não conversava com o deputado Francischini. A cassação dele foi um estupro. Por ter feito uma live minutos antes do fim da eleição, que não influenciou em nada. Foi um ataque à democracia, gostando vocês dele ou não. E quem precisa reagir é o presidente da Assembleia Legislativa. A liberdade do parlamentar precisa ser garantida. Foi uma passagem triste da nossa história. Nem na época do AI-5 foi feito assim".

Horas depois, em Castro, Bolsonaro repetiu o tom do discurso, abordando, também, o enfrentamento à pandemia. "Não errei nenhuma por ocasião da pandemia. Defendi o tratamento precoce e a autonomia médica e, hoje, estão descobrindo medicamentos eficazes contra a Covid-19. Lamentamos todas as mortes, mas fizemos o que foi possível, já que a decisão final ficou nas mãos de prefeitos e governadores. Publicam foto de pessoa pegando osso e me culpam. Mas eu não fechei nenhum botequim neste país. A culpa é de quem disse que a economia a gente via depois. Mesmo assim, para compensar os prejuízos pela ação de quem fechou, vamos ampliar o auxílio emergencial. Ah, quer furar o teto, dizem. Só que nós estamos arrecadando mais, porque não se está mais roubando", concluiu o presidente.