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A criação do União Brasil, partido resultado da fusão do PSL com o DEM altera o quadro partidário no Paraná neste ano eleitoral de 2022. A nova legenda, que ainda aguarda homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), começa o ano como o segundo maior partido do estado em termos de cargos eletivos ocupados, superando o MDB e ficando atrás, apenas, do PSD do governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Na virada de 2020 para 2021, com a posse dos novos prefeitos, a Gazeta do Povo elaborou um ranking partidário, mostrando o peso da representação de cada legenda no estado. A fusão já citada, as cassações de parlamentares e as trocas de partidos alteraram um pouco o quadro para 2022, que ainda reserva mais mudanças antes das eleições de outubro. Em março irá abrir a janela partidária, quando são permitidas trocas de partido de parlamentares sem o risco de perda de mandato.
O critério para a elaboração do ranking foi definido pela coluna com base na hierarquia eleitoral, estabelecida a partir do grau de poder administrativo e financeiro atribuindo uma pontuação para cada cargo eletivo ocupado. Estabelecemos, assim, a seguinte pontuação:
- Governador – 50 pontos
- Senador – 35 pontos
- Prefeito da capital – 35 pontos
- Prefeito de grandes cidades (com mais de 200 mil eleitores) – 25 pontos
- Deputado federal - 20 pontos
- Prefeitos de cidades médias (com mais de 100 mil eleitores) – 15 pontos
- Deputado estadual – 10 pontos
- Prefeito das demais cidades – 5 pontos
- Vereador de grandes cidades – 2 pontos
- Vereador das demais cidades – 1 ponto
O PSD de Ratinho Junior segue soberano no estado. O partido elegeu 125 prefeitos em 2020 e ainda ganhou mais seis no ano passado, com o racha no PTB, após a intervenção de Roberto Jefferson, e a saída da família Canziani do partido, levando seus prefeitos aliados para o PSD. O partido do governador lidera o ranking com 1.629 pontos.
A segunda força, agora, é o União Brasil, que junta os pontos do PSL (3º colocado no ranking anterior) e do DEM (7º). Mesmo com a perda de quatro deputados estaduais do PSL (com a recontagem dos votos após a cassação de Fernando Francischini), o novo partido (que ganhou um novo deputado do DEM – Elio Rusch) soma 957 pontos, superando o MDB, que chegou a 643 pontos com a posse de Nereu Moura na Assembleia Legislativa.
Confira as principais mudanças na hierarquia partidária em 2021:
- União Brasil – somou todos os cargos do PSL e do DEM – perdeu quatro deputados estaduais do PSL com a cassação de Fernando Francischini, mas um dos beneficiados, que herdou uma vaga, foi Elio Rusch (DEM).
- PSD – ganhou seis prefeitos com a debandada de prefeitos do PTB
- PTB – perdeu seis prefeitos para o PSD
- Pros – perdeu um deputado federal com a cassação de Boca Aberta
- PSDB – ganhou um deputado federal com a posse de Valdir Rossoni após o falecimento de Schiavinatto (PP). O PP não perdeu cadeira porque Osmar Serraglio (PP) assumiu na vaga do cassado Boca Aberta.
- PV – ganhou um deputado estadual com a posse de Pedro Paulo Bazana em uma das cadeiras perdidas pelo PSL
- MDB – ganhou um deputado estadual com a posse de Nereu Moura em uma das cadeiras perdidas pelo PSL
- Patriota – ganhou um deputado estadual com a posse de Adelino Ribeiro em uma das cadeiras perdidas pelo PSL
Critérios
Apesar de o cargo de senador da República ser o mais alto cargo do Legislativo, com mandato de oito anos e grande representatividade em Brasília, atribuímos a ele a mesma pontuação de prefeito da capital pela influência política que o administrador de Curitiba tem no estado. Se consideramos o cargo de governador como o principal cargo do estado, não podemos esquecer que o Paraná tem um histórico de prefeitos da capital que se elegeram governadores posteriormente: Roberto Requião, Jaime Lerner e Beto Richa são os mais recentes. Beto Richa, ao se eleger, derrotou um senador (Osmar Dias) e ao se reeleger, dois (Requião e Gleisi Hoffmann).
Seguindo no entendimento de que, no sistema político brasileiro, os cargos no Executivo são mais valorizados que os legislativos, também atribuímos aos prefeitos de grandes cidades pontuação superior à de deputado federal, assim como aos prefeitos de cidades médias pontuação superior às de deputado estadual. Além da representatividade do cargo, do orçamento e do número de cidadãos administrados, consideramos, também, o número de parlamentares, seja da Câmara dos Deputados ou da Assembleia Legislativa que, no meio de seus mandatos, disputam o cargo de prefeito de suas cidades, renunciando à cadeira no Parlamento em caso de sucesso.