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O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba deve concluir nesta terça-feira (10) o julgamento do vereador Renato Freitas (PT), acusado de invadir a igreja do Rosário no dia 5 de fevereiro, durante manifestação contra o racismo. Freitas responde a processo por quebra de decoro parlamentar por abuso de prerrogativas após ser alvo de sete representações ao Conselho de Ética. O parecer do relator do caso, vereador Sidnei Toaldo (Patriota) é pela cassação do mandato do vereador do PT.
Apesar de descartar duas das quatro acusações contra Freitas, Toaldo acatou outras duas e recomendou a perda de mandato do vereador, afirmando não haver outra punição possível à quebra de decoro por abuso de prerrogativa. Para o relator, não houve interrupção de culto religioso (pelo fato de a missa ter sido concluída) e nem invasão da igreja (ele considerou que as portas estavam abertas, não houve pedido para que os manifestantes não entrassem e nem para que se retirassem). No entanto, Sidnei Toaldo concluiu que Renato Freitas abusou de suas prerrogativas de vereador a liderar manifestação que culminou com perturbação de culto religioso e manifestação política no interior de templo religioso.
O parecer de Toaldo foi apresentado na última sexta-feira (06) aos membros do Conselho de Ética, mas a vereadora Maria Letícia (PV), vice-relatora do processo, pediu vista ao relatório. Nesta terça-feira, a vereadora deve apresentar um segundo relatório, que também será submetido à apreciação dos demais membros do conselho nesta terça-feira. O resultado da votação no Conselho de Ética será transformado em um projeto de resolução que será submetido ao plenário da Câmara.
Vereador Renato Freitas teve o perdão da arquidiocese
Em sua defesa, o vereador petista tem sustentado que não liderou a manifestação, não invadiu a igreja, e também não interrompeu a missa que estava sendo celebrada no momento da manifestação. Ele chegou a pedir desculpas a quem se sentiu incomodado pela repercussão do caso e admitiu que houve exageros, fora de seu controle, na manifestação. Se o "perdão" virá de seus colegas, ainda é uma incógnita. Mas o vereador tem a seu favor uma manifestação da Arquidiocese de Curitiba, que enviou carta ao relator do processo sugerindo que Freitas não receba a punição máxima, visto que “procurou as autoridades religiosas, reconheceu seu erro e pediu desculpas”.