Curitiba registrou, nesta sexta-feira, 13, o segundo maior número de novos casos de Covid-19 em um único dia desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, em março. Foram 749 novos casos apenas nesta sexta-feira. A média móvel de casos novos diários para os últimos sete dias está em 529, o maior número desde 7 de agosto, quando esse índice começou a cair, chegando a 237 em 19 de outubro. Apesar disso, a prefeitura municipal de Curitiba manteve a cidade sob bandeira amarela, mantendo no patamar mais brando as medidas de restrição para prevenção de novos contágios. E a decisão transformou-se em debate político.
Circulou, nesta sexta-feira, nas redes sociais, documento falso, simulando um ofício da Secretaria Municipal de Saúde que comunicava o início da bandeira laranja, com maiores restrições para o funcionamento do comércio, após a eleição de domingo. A prefeitura desmentiu o ofício e o prefeito Rafael Greca (DEM) foi ainda mais radical, descartando a possibilidade de revisão da bandeira nas próximas semanas.
“Não haverá lockdown em Curitiba depois da eleição. E, enquanto a taxa de infecção por 100 mil habitantes mantiver-se neste patamar, ficaremos em bandeira amarela. Nós aprendemos muito com a pandemia. Aprendemos, inclusive, que foi muito acertado nós não termos feito o lockdown. Nunca nós fizemos o lockdown. A turma das universidades que quis se contrapor ao Bolsonaro e lançou, em 15 de março a # fecha tudo. Nossas infectologistas nunca quiseram fechar tudo”, disse o prefeito, em entrevista à Gazeta do Povo. “Eu peço a responsabilidade de todos que ensinem o povo a usar máquina, a manter dois metros de distância, a lavar as mãos, a manter os ambientes arejados e a não abusar. Se houver educação, não haverá infecção, como no Japão”.
As declarações do prefeito colocam pressão sobre a Secretaria Municipal de Saúde, uma vez que a alteração da bandeira é definida com base em nove critérios objetivos, analisados toda sexta-feira pela equipe da saúde, que avalia a incidência e a mortalidade da doença, a ocupação de leitos hospitalares e a capacidade da rede de saúde em responder a um eventual aumento de casos na semana seguinte.
A prefeitura não divulgou, nesta sexta-feira, o painel com os índices da semana, mas publicou texto com declarações do diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Alcides de Oliveira, explicando por que, apesar do recorde de casos, a bandeira não foi alterada. Número de casos, isoladamente, não é o suficiente para impactar numa mudança de bandeira, pois é o único dos nove indicadores do painel que está em vermelho até agora”, declarou. "Os outros de maior peso, como número de óbitos e ocupação de leitos, seguem estáveis”, complementou.
Para Oliveira, “só uma explosão de casos, num patamar acima de mil por dia, pode levar a uma mudança de bandeira”.
No comparativo com a semana anterior, quesito que baseia o painel de monitoramento que define a bandeira, o número total de casos subiu de 2.663 para 3.704. A incidência, na semana foi de 191,6 casos por 100 mil habitantes, ante 127,4 da semana passada. A mortalidade subiu de 1,91 por 100 mil para 2,11 por 100 mil habitantes. Já a ocupação de leitos de UTI sofreu redução: Na última semana, 221 dos 283 leitos destinados para Covid-19 estavam ocupados, nesta sexta-feira, 216.
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