Lançado candidato ao governo do Paraná pelo PT no último sábado (23), Roberto Requião reconheceu ter a missão de tentar ajudar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a reduzir o favoritismo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, onde o presidente venceu com 68% dos votos válidos em 2018. Requião disse que, para isso, conta com o voto dos bolsonaristas arrependidos. O ex-governador disse acreditar que o cenário político do país é bem diferente de 2018, ainda no auge da Lava Jato. Ao comentar a operação contra a corrupção, Requião disse que Lula foi vítima da operação, mas chamou o ex-ministro Antonio Palocci de ladrão.
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“Eu sou do PT com um orgulho danado. Tenho gente de primeira linha comigo. Mas não venham me pedir pra dizer que o Palocci é sério. É ladrão de dinheiro público, seu lugar é na cadeia. Agora, o Lula foi vítima de um jogo para entregar a Petrobras, para entregar água do Brasil, para acabar com o processo de civilização e nos transformar numa colônia industrializada”, disse.
Requião afirmou, ainda, que o país tem a possibilidade “de ter um projeto nacional de desenvolvimento nesta brecha da globalização aberta com o conflito Estados Unidos e Rússia, onde a Ucrânia é bucha de canhão. Nós podemos ter um projeto brasileiro e o Paraná tem que entrar nesse processo. E, por isso, insisto nessa parceria com o Lula”, afirmou.
Sobre o presidente Bolsonaro, Requião afirmou que “ele iludiu a população brasileira com aquela acusação de que todo político era ladrão, que induziu a população a achar que era uma bagunça completa. Tinha roubo mesmo, mas isso foi potencializado, com apoios que serviram para entregar a Petrobrás, vender a Eletrobrás, acabar com o processo de desenvolvimento industrial do Brasil e nos transformar numa colônia de subemprego”, disse. “Mas o Bolsonaro decepcionou todo mundo. O pessoal está arrependido de ter votado no Bolsonaro, às vezes quieto. Eles não dizem nada, não dão opinião, mas estão arrependidos. O Bolsonaro não é o presidente da República, é o animador do picadeiro do circo que se transformou o Brasil”, acrescentou.
O ex-governador disse estar com Lula “para consertar o Brasil”. “O Lula aprendeu muito no período em que ficou vitimizado por isso tudo. O Lula leu muito. O Lula é um líder, hoje, anti-imperialista do Brasil. Ele não é um radical, nunca foi. Mas ele sabe que o Brasil estava no programa da globalização para ser uma grande colônia a serviço do capital estrangeiro, perdendo o petróleo, perdendo a água, perdendo a energia de uma forma absoluta. O Lula vai fazer tudo para devolver isso ao país. Eu tenho certeza que vai fazer, que vai ter o apoio do conjunto da população brasileira, inclusive dos nacionalistas arrependidos, que não são gado, mas foram iludidos, equivocados e estão arrependidos”, concluiu.
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