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O secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva, anunciou nesta segunda-feira durante reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus que o Estado do Paraná tem um contrato assinado com o Instituto Gamaleya para a aquisição de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V. Segundo o secretário, as doses seriam importadas pelo Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a utilização da vacina russa contra o coronavírus no Brasil.
“Estamos tratando a questão com bastante responsabilidade e parcimônia, sem criar falsas expectativas, pois estamos lidando com o sonho de toda a sociedade. De concreto, temos contrato assinado direto do Tecpar com o Fundo de Investimento Direto Russo, para o fornecimento de 10 milhões de doses. Aguardamos, apenas, a aprovação da Anvisa”, disse o secretário.
Guto Silva lembrou que o Tecpar ainda mantém um acordo com os russos para a importação, envasamento e distribuição da vacina, bem como para a transferência de tecnologia, para que o imunizante possa vir a ser fabricado no Paraná. “Esse acordo está vigente, mas, quando começou a corrida da vacina, ninguém tinha possibilidade de produção e eles acabaram buscando um parceiro privado (a União Química). De concreto, a possibilidade, agora, é apenas de venda”, afirmou, salientando que o estado busca viabilizar a construção de uma planta de fabricação de vacinas em território paranaense para concretizar a segunda parte do acordo.
À coluna, Guto Silva contou que o contrato é protegido por cláusula de confidencialidade, mas explicou que a aquisição se daria através do plano Nacional de Imunização, com o Ministério da Saúde repassando ao Tecpar os valores gastos com a importação das 10 milhões de doses, assim como ocorreu com as doses importadas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz. Uma vez adquiridas, as 10 milhões de doses, seriam incorporadas aos estoques do Ministério e distribuídas equanimemente para toda a população brasileira, da mesma forma que ocorreu com as doses de Coronavac, cujas importações foram viabilizadas pelo governo de São Paulo.
Ao custo de US$ 10,00 cada dose, a compra do lote previsto pelo Paraná custaria mais de R$ 570 milhões. Para homologar o contrato, o Governo do Estado ainda precisa dar condições orçamentárias para o Tecpar fazer a aquisição. O valor é quase o triplo dos R$ 200 milhões que o estado reservou para a compra de vacinas.