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Com a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 11,5 milhões de pessoas, o Paraná é o quinto estado mais populoso do país. Mas, apesar de o Ministério da Saúde afirmar que o fornecimento de vacinas pelo Plano Nacional de Imunização respeitaria a proporcionalidade populacional, distribuindo as doses de forma equânime por todo o país, o Paraná foi apenas o 8º estado em número de doses recebidas deste primeiro lote da Coronavac.
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Apesar de o estado ser um dos mais fiéis ao Plano Nacional de Imunização, com o governo Ratinho Junior defendendo a centralização pelo Ministério da Saúde e criticando prefeitos e governadores que tomaram iniciativas próprias de imunização, os critérios adotados pelo governo federal resultaram em menos doses ao Paraná do que a proporcionalidade populacional previa. As 265,6 mil doses recebidas pelo Paraná ficaram abaixo das 341,8 mil doses recebidas pelo Rio Grande do Sul, das 282,3 mil recebidas pelo Amazonas e das 270,9 mil recebidas por Pernambuco, por exemplo.
Além da população absoluta de cada estado, calculando, a partir daí, qual seria o número de profissionais de saúde a serem imunizados na primeira fase, o Ministério da Saúde considerou o número de idosos em instituições de longa permanência em cada estado e o número de indígenas vivendo em aldeias. O Ministério da Saúde ainda criou uma taxa de risco para priorizar estados em situação mais grave, o que explica o maior recebimento de doses pelo Amazonas, que tem menos da metade da população do Paraná (4,2 milhões de habitantes), mas vive um colapso em seu sistema de saúde.
Pernambuco, que tem 2 milhões de habitantes a menos do que o Paraná (9,6 milhões) e não vive um momento de crise no controle da pandemia, acabou recebendo cerca de 5 mil doses a mais por causa de sua população indígena (26,5 mil, ante 10,8 mil do Paraná).
Mas a discrepância com relação aos números do Rio Grande do Sul é que chama mais a atenção. Com a população quase igual à do Paraná (11,4 milhões) o estado gaúcho recebeu 76,2 mil doses a mais (28%) que o Paraná. O momento mais delicado da pandemia no Rio Grande do Sul seria a explicação. Mas os números do Rio Grande do Sul não são muito diferentes dos do Paraná. O estado tem, até esta sexta-feira (22) 523,3 mil casos confirmados, com 10,2 mil óbitos. A média móvel de óbitos está em 58 e a taxa de ocupação de UTIs em 75,3%. No Paraná, são 515 mil casos, com 9,2 mil mortes. Média móvel de 42,9, mas taxa de ocupação de UTIs em 84%.
“Eu determinei que houvesse uma taxa de risco colocada na distribuição para que um estado que tivesse mais risco [da pandemia] pudesse ter algo mais de entregas. E, o que estivesse com menos risco pudesse ter a quantidade necessária para iniciar o trabalho”, afirmou o ministro Eduardo Pazuello, em coletiva no último domingo (17).
A pasta, no entanto, não especificou quais os critérios específicos colocam uma cidade ou estado dentro da taxa de risco. Pazuello afirmou que a taxa é “variável e pode ir mudando conforme o risco de cada cidade”.
Dessa forma, a estratégia de distribuição das doses, além de considerar o tamanho das populações, também leva em conta o tipo de risco a que estão expostos. A Gazeta do Povo entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber quais são os critérios utilizados para definir a taxa de risco, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que segue respeitando o Plano Nacional. “O quantitativo das doses foi desenhado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização. As vacinas estão chegando ao Paraná, conforme a previsão inicial e que agora deverão ser ampliadas com as novas doses da Astrazenica”.
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