O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná foi o maior parceiro do Instituto Butantan para a terceira fase de testes clínicos da vacina chinesa Coronovac no Brasil. O Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) foi um dos primeiros parceiros internacionais do Fundo de Investimento Direto da Rússia para testes e transferência de tecnologia da vacina russa Sputnik V. O estado reservou, em seu Orçamento, R$ 200 milhões para a compra de vacinas. Mas, apesar de a vacina russa já estar sendo aplicada na Argentina e de o governo de São Paulo já dispor de mais de 10 milhões de doses da Coronavac, nenhum dos dois imunizantes estão no horizonte do governo paranaense no curto prazo.
A secretaria estadual de Saúde (Sesa) segue mantendo alinhamento com o Ministério da Saúde e defendendo que a vacinação contra o coronavírus no estado ocorra através do Plano Nacional de Imunização.
Diante da posição do governo do Estado e da ausência de previsão de data para o início da vacinação em nível nacional, diversos prefeitos estão tomando a iniciativa de procurar o governo de São Paulo e o Instituto Butantan para manifestar o interesse em adquirir doses da Coronavac.
Os prefeitos das oito maiores cidades do estado (Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu e Colombo) já protocolaram solicitação de termo de cooperação com o governo de São Paulo e o Butantan para a aquisição de vacinas, mesmo a maioria destes prefeitos sendo aliados do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
A última manifestação foi conjunta: do Consórcio Metropolitano de Saúde do Paraná (Comesp), que representa 28 municípios da Região Metropolitana de Curitiba. Em termos de população, 44% dos 11 milhões de paranaenses residem em uma cidade que já manifestou interesse em adquirir doses da Coronavac.
Presidente do Comesp, a prefeita de Colombo, Beti Pavin (PSDB) evitou criticar o governo do estado ao justificar a decisão do consórcio. “Sou prefeita pelo quarto mandato e plano de vacinação sempre foi uma coisa que vem do governo federal. No entanto, estamos vendo mais de 50 países do mundo todo iniciando a vacinação e, no Brasil, não há, no plano, a previsão de uma data. Na reunião, nem pensamos em nível de estado, foi uma decisão pura e simplesmente nossa, de buscar uma fonte alternativa caso o plano nacional não inicie logo”, disse.
“Muitas das prefeituras separaram recursos desde março para o combate à pandemia e têm, hoje, condições de adquirir a vacina. Se não temos uma resposta satisfatória da União, podemos comprar nossas vacinas”, acrescentou.
A secretaria de estado da Saúde reafirmou que segue respeitando o Plano Nacional de Imunização (PNI) e que defende que a vacinação contra o coronavírus no Brasil ocorra de forma igualitária no país, através do PNI. A Sesa informou que o secretário Beto Preto participou de uma reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira, quando foi informado que o Paraná deverá receber um quantitativo significativo de vacinas na segunda quinzena de janeiro. Não há, no entanto, uma confirmação da data exata e nem do número de doses.
Em artigo publicado na Gazeta do Povo, o secretário defendeu a estratégia nacional de vacinação e afirmou que “a estratégia da vacinação da Covid-19 no Brasil está ganhando contornos de esquizofrenia”. Beti Pavin rebateu. “Está havendo uma busca esquizofrênica pela vacina no mundo. E o Brasil está ficando para trás”.
Tecpar refaz acordo com russos, enquanto farmacêutica pede registro emergencial
A farmacêutica brasileira União Química, parceira do Fundo Russo de Investimento Direto para a produção da Sputnik V no Brasil, anunciou, nesta quarta-feira, que vai pedir a liberação para uso emergencial do imunizante no país em janeiro, assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar os testes da fase 3, cujo pedido foi enviado pelos russos na última terça-feira (29). A vacina já está sendo aplicada na Rússia, Belarus e Argentina.
O presidente do Tecpar, Jorge Callado, informou que o acordo de cooperação entre o governo do Paraná e o da Rússia, que pouco havia avançado entre setembro e dezembro, foi redefinido neste mês para adequar o desenvolvimento da vacina ao PNI.
“Com o ajuste da parceria, o Tecpar será o representante da vacina Sputnik V junto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, assim que o registro da vacina seja obtido junto aos órgãos regulatórios brasileiros”, disse Callado. O acordo prevê também a possibilidade de transferência de tecnologia ao Tecpar, para que o instituto seja um dos parceiros científicos e tecnológicos do Fundo no país e a disponibilidade dos hospitais universitários estaduais para a execução da fase 3 no país.
Na prática, o novo acordo prevê que as vacinas russas importadas ou, até mesmo, posteriormente produzidas pelo Tecpar sejam fornecidas ao Ministério da Saúde, para a distribuição através do Plano Nacional. “Vamos respeitar e atuar de acordo com o PNI. Se a vacina for aprovada, ela integrará o PNI, tendo o Tecpar como representante”, disse Callado.
O que explica o rombo histórico das estatais no governo Lula
Governo Lula corre para tentar aprovar mercado de carbono antes da COP-29
Sleeping Giants e Felipe Neto beneficiados por dinheiro americano; assista ao Sem Rodeios
Flávio Dino manda retirar livros jurídicos de circulação por conteúdo homofóbico
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião