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O deputado federal Paulo Martins está trocando o PSC pelo PL nesta janela partidária. O movimento é mais uma tentativa de formalizar a aliança entre o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). No partido do presidente, Martins busca ser o candidato ao Senado na chapa do governador.
A candidatura ao Senado seria a exigência dos partidos que apoiam Bolsonaro para fechar aliança com Ratinho Junior no Paraná. Paulo Martins foi um dos nomes sugeridos pelo presidente, ao lado de Fernando Giacobo (PL) e Aline Sleutjes (Pros). Dos três, Martins é o mais próximo ao governador e teria recebido aval de Ratinho Junior junto aos aliados do presidente.
Presente no evento de filiação de deputados ao PSD, na última sexta-feira (25), Paulo Martins disse ser essa sua grande vantagem entre os outros pré-candidatos ao Senado “É o que estou buscando. Já coloquei meu nome à disposição, tanto do presidente, quanto do governador para disputar o Senado e a grande força é exatamente essa: ter condição de ser um elo entre os dois grupos. Porque a gente tem uma trajetória histórica de militância pelos valores que a direita defende, o que gerou uma relação natural com o presidente Bolsonaro. E, com o governador, temos uma história pessoal juntos, de construção de um grupo político. Então, acredito que tenho condições de vir a fazer os dois grupos caminharem juntos”, disse o deputado.
A candidatura ao Senado é o grande dilema de Ratinho Junior na construção de sua chapa. Seu ex-chefe da Casa Civil, Guto Silva, deixou o governo e trocou o PSD pelo PP para, também em um partido da base de apoio de Bolsonaro, tentar se viabilizar como candidato ao Senado. Paralelamente, o governador mantém diálogo com o senador Alvaro Dias (Podemos), que deverá disputar a reeleição. Mas essa aliança afastaria Ratinho Junior do palanque de Bolsonaro na eleição presidencial, uma vez que o Podemos tem Sergio Moro como pré-candidato. A definição de Ratinho Junior, no entanto, dependerá da posição final do PSD no cenário nacional. O partido ainda busca um nome para sustentar sua tese de candidatura própria à Presidência da República, o que limitaria a possibilidade de coligações do governador.
Até por isso, o PL atua em duas frentes. Enquanto tenta viabilizar Paulo Martins como candidato ao Senado na chapa do governador, o partido tem o deputado Filipe Barros como pré-candidato ao Governo do Estado, para garantir um palanque fiel a Bolsonaro no Paraná. Para Paulo Martins, a posição de Barros é legítima, mas a questão deverá ser resolvida em breve. “Filipe Barros é um amigo, bom deputado, tem força. Mas temos essa situação aqui no estado. Vamos para uma eleição majoritária dura, em que o presidente enfrentará toda a máquina pesada do PT e toda a tradição eleitoral deles. Então, acho importante que a gente tenha dois grupos fortes unidos para fazer essa vitória. Imagino que assim que passar toda essa fase de filiações partidárias, essa conversa ocorra e a situação seja equalizada totalmente”, disse.