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Roger Pereira

Roger Pereira

A política do Paraná em primeiro plano

Cenário político

Fruet rejeita PT e Requião, trabalha por Ciro e faz planos para disputar governo em 2026

Gustavo Fruet
Gustavo Fruet resiste à "frente de esquerda" no Paraná (Foto: Aniele Nascimento/ Arquivo Gazeta do Povo)

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Com a missão de construir um palanque para o presidenciável Ciro Gomes e isolado na polarização entre Ratinho Junior (PSD) e Roberto Requião (PT) na disputa local, o PDT do Paraná ainda não definiu sua estratégia eleitoral para outubro. Por conta dessa indefinição, o partido perdeu dois de seus três deputados estaduais na janela partidária (Marcio Pacheco e Nelson Luersen) e ficou com sua representatividade reduzida a um deputado estadual, Goura, e um federal, Gustavo Fruet. E, enquanto Goura fechou bloco partidário com o PT na Assembleia Legislativa, Fruet se recusa a caminhar, novamente, ao lado do PT numa eleição (foi eleito prefeito de Curitiba com apoio, e vice, do partido).

Em entrevista à coluna, o deputado federal, que chegou a ser cotado para uma candidatura ao Senado na chapa de Requião, disse que uma aliança com o ex-governador, neste momento, causaria uma crise de identidade partidária e inviabilizaria projetos futuros da sigla, que pretende lançar candidatos à prefeitura de Curitiba, em 2024, e ao Governo do Estado, em 2026. “Eu sou contra aliança com o PT e com o Requião. Primeiro, porque eu acho que isso gera uma crise de identidade, já falei isso internamente no PDT. Temos que ter a humildade de entender o nosso tamanho, mas a gente tem um projeto eleitoral pra valer ou a gente vai marcar posição? Você tem setores do PDT que, ao contrário do Ciro, preservam toda a relação com o PT e com o ex-presidente Lula. Mas o Ciro tem sido contundente, com críticas até de natureza pessoal. Só que isso gera essa contradição. E, numa campanha, isso será muito explorado”.

Seria falta de coerência me unir a Requião, diz Fruet

Fruet disse que Requião faz parte de um grupo de forças políticas no estado que perdura há 40 anos, que gostaria de ver rompido. “É a autofagia da política do Paraná. Muda governos, mas não há nenhuma mudança na essência, na relação com os grandes fornecedores. E temos que lembrar que, em 2012, quando disputei a prefeitura, Requião apoiou o Greca e, depois, junto com o Beto Richa, apoiou o Ratinho Junior no segundo turno. Seria uma absoluta falta de coerência eu me unir a todas essas forças que sempre trabalharam contra mim”, disse. “Não fico remoendo, estou pensando no futuro, mas isso é porque é lógico. Quando escuto o discurso fácil, de que de um lado estão canalhas e reacionários e de outro lado estão forças progressistas, não é tão simples assim. Até porque o Beto e o Requião estiveram juntos contra mim e, agora o Beto e o Requião estão juntos contra o Ratinho. Eu não mudei. Tem alguma coisa que precisa ser compreendida nesta motivação”, acrescentou.

Fruet diz que PDT precisa se reestruturar e se lança para 2026

Reconhecendo que a prioridade do partido precisa ser o projeto nacional da candidatura de Ciro Gomes, Fruet afirmou que o PDT deveria ter construído uma candidatura ao Governo do Estado, mas admitiu que, no atual momento, será muito difícil viabilizar um nome. “Temos que ter a humildade de entender que o PDT não é um grande partido no Paraná. Então temos que definir a estratégia e eleger a prioridade: é a eleição do Ciro, ou vamos querer ter chapa completa, ou começar a discutir todas as alianças possíveis e imagináveis, sob o risco de a gente ficar sem identidade, ser engolido a ponto de entrar em um processo de perda de protagonismo que o PDT ainda tem na capital, com três vereadores e os dois deputados sendo de Curitiba”, disse.

O deputado afirmou ter uma boa relação com Goura, apesar das posições divergentes nessa discussão das alianças e deixou claro que ambos podem disputar as eleições majoritárias em 2024 e 2026. “Ele tem uma posição que eu respeito, ele teve um apoio expressivo de alguns setores da esquerda na eleição para prefeito, mesmo sem aliança. Esse é o debate político, não há intriga nisso, nem divergência, não é pessoal. Eu acho que não vale o sacrifício que ele tem feito por algumas figuras, mas talvez seja porque ele não viveu o que eu vivi. Então, procuro não contaminar com isso. Só deixei claro que a eleição deste ano pode tirar o protagonismo do PDT e eu quero que o partido seja protagonista em 2024 e vou trabalhar muito, passando essa eleição, para ter o protagonismo em 2026”, concluiu.

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