Audiência Pública da Frente do Pedágio em Jacarezinho| Foto: Dálie Felberg/Alep
Ouça este conteúdo

A Frente Parlamentar do Pedágio realizou, nesta quinta-feira, em Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Estado, a primeira audiência pública após a viagem do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) a Brasília, para discutir o modelo de concessão do estado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Com a sinalização de que o governo federal pode recuar em sua proposta de modelo híbrido para atender à reivindicação do Paraná de um leilão pela menor tarifa, os deputados ressaltaram o trabalho da Frente e da Assembleia Legislativa, como um todo, para esse avanço na negociação, mas pregaram cautela, uma vez que, até agora, a solução ficou no campo da promessa.

CARREGANDO :)

“Uma semana com avanço, que caracteriza todo o trabalho que a Assembleia e essa frente parlamentar fizeram. Tivemos uma notícia positiva, que foi o anúncio por parte do governo estadual de que a modalidade de licitação será pelo menor preço, sem limite de desconto. Eu espero que isso aconteça, fico confiante, torço para que aconteça, parabenizo todos os envolvidos, mas quero dizer que aguardo ansiosamente ver isso no papel. Isso publicado e assinado, para que a gente possa ter certeza”, disse o coordenador da frente, Arilson Chiorato (PT).

“Felizmente, o governador soube ouvir a sociedade paranaense. Quando criamos a frente parlamentar e iniciamos as audiências públicas, discutimos com os técnicos a proposta apresentada pelo governo e vimos que não era a melhor, fomos ouvir a sociedade que rechaçou o modelo híbrido. Esse recuo do governo, para nós é muito importante. Se o presidente da República determinou que o Ministério da Infraestrutura faça um modelo de acordo com o que o Paraná quer, temos bem claro o que o Paraná quer: menor tarifa e garantia de obras. E o governador foi lá e disse isso para o presidente da República. É um momento muito importante, mas ainda há muitos temas a serem tratados”, disse Luiz Cláudio Romanelli (PSB). “O governador foi ao presidente e falou que o Paraná não aceita o modelo híbrido, e isso, por pressão nossa, pois era o modelo que o Governo do Estado também defendia. E, pelo que ficamos sabendo, o presidente concordou e mandou o ministro fazer o que o Paraná quer na questão do pedágio. Agora, somos todos devotos de São Tomé, queremos ver para crer. Queremos ver isso, de fato, acontecendo”, acrescentou.

Publicidade

A vice-coordenador da frente, Evandro Araújo (PSC), que presidiu os trabalhos na audiência desta quinta-feira também manteve o tom de otimismo com cautela. “As notícias de Brasília nos trazem um alento, são sinalizações que vão ade encontro ao que deseja os paranaenses em relação ao modelo pela menor tarifa. Mas é preciso que fique claro, são apenas sinalizações positivas. Só vamos comemorar, de fato, quando essas sinalizações, aliadas a outras que já conquistamos durante esse processo, forem efetivadas na versão final do edital que será apresentado ao Paraná e ao TCU. Até lá, ficamos vigilantes e continuamos cobrando esse item, além de outros pedidos dos paranaenses, como a contrariedade ao degrau tarifário de 40% após duplicações de rodovias", disse.

Governador se pronuncia sobre o pedágio nesta sexta-feira

Diante da incerteza sobre se o resultado das reuniões em Brasília foi decisivo para a mudança na modelagem do pedágio no Paraná, o governador Ratinho Junior convocou uma coletiva de imprensa para a manhã desta sexta-feira. É do governador, até agora, o tom mais cauteloso em relação aos desdobramentos de sua viagem a Brasília. Nas redes sociais, Ratinho Junior publicou que “o governo federal prometeu estudar a proposta paranaense de leilão pela menor tarifa”.

O otimismo fica por conta do próprio presidente Jair Bolsonaro, que tratou a questão como “praticamente resolvida” e do secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, que gravou vídeos afirmando que o governo federal vai alterar o modelo de leilão para o de menor tarifa. “O assunto já está resolvido entre o governador e o presidente. Os técnicos já estão trabalhando com a nossa modelagem. Politicamente, o assunto está encerrado”, afirmou à coluna.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura informou que recebeu as reivindicações do Paraná e está trabalhando na melhor forma de incorporá-las a seu modelo de concessão.