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Roger Pereira

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A política do Paraná em primeiro plano

Política partidária

Dirigente do DEM no Paraná não vê espaço para candidatura presidencial de Mandetta

Lupion e Bolsonaro
Pedro Lupion presenteia presidente Bolsonaro com camisa do Clube Athletico Paranaense (Foto: Reprodução / Twitter)

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Presidente do DEM do Paraná e vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o deputado federal Pedro Lupion cobra uma definição imediata de seu partido em relação ao governo federal e às eleições de 2022. Para ele, a divisão interna da legenda e da bancada federal constrange e atrapalha a definição de rumos do partido. Majoritariamente na base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o DEM vê o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, tentando viabilizar uma candidatura à presidência da República, enquanto sofre baixas, com a desfiliação de Rodrigo Maia, do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia.

“Eu sou do grupo governista dentro do DEM e defendo que haja uma definição clara nossa imediatamente: se nós estamos na base do governo ou não estamos. Se houver uma decisão majoritária do partido de não estar na base do governo, eu não tenho condições de permanecer no partido. É uma decisão pesada neste sentido. Hoje, nós temos maioria governista dentro do DEM”, disse o deputado, que admitiu, no entanto, que “existem casos específicos, de candidaturas majoritárias, que evitam dessa ligação com o presidente, como o presidente (nacional do partido) ACM Neto, que é candidato a governador da Bahia, estado que tem uma esquerda muito forte e ele tem muito receio de um palanque com Bolsonaro. Era o caso do DEM de São Paulo, em tínhamos o vice-governador, que assumiria o governo do estado caso o Dória dispute a presidência, e isso foi um dos motivos da provável saída dele”, disse.

O maior constrangimento para quem é vice-líder do governo, no entanto, vem da pré-candidatura de Mandetta, não tanto pela pré-disposição do ex-ministro de disputar com Bolsonaro, mas pelo antagonismo ao presidente que ele vem tentando representar e as críticas contundentes que faz ao governo federal, evidenciadas em seu depoimento à CPI da Covid-19. “O Mandetta é membro do partido e tem todo o direito de tentar buscar o espaço dele. Eu não faria. Acho que ele poderia fazer um belíssimo trabalho como governador do Mato Grosso do Sul, poderia ser um grande candidato a senador. Para a presidência da República, hoje, é A ou B, não existe espaço para uma terceira via. Ele é muito meu amigo, mas o cenário que está se montando para o ano que vem é um cenário de polarização, sem chance para terceira via”, afirmou. “Claro que constrange as posições dele. Hoje eu tenho minha posição como vice-líder do governo, sabendo que tenho por trás um partido que não está totalmente alinhado. Por isso que essa definição precisa ocorrer logo e tem que ser por maioria. Se a gente colocar a tese para ser votada, hoje, na bancada ou na Executiva do partido, vence a tese de sermos governistas. Existe uma tendência de uma polarização clara nas próximas eleições e essa polarização tem que derrubar todo mundo do muro”, acrescentou.

No Paraná, DEM vai exigir espaço de destaque na chapa de Ratinho Junior

Se o partido vive indefinição no cenário nacional, na política local a posição do DEM é bastante clara em apoio ao governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), numa aliança que foi sacramentada com o apoio do governador à reeleição do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM). “Temos uma ótima relação com o governador e mesmo não estando juntos na eleição passada, eu era líder da Cida na Assembleia, sempre prevaleceu o respeito. Tanto que nossos deputados estão, razoavelmente, na base do governo. Temos conversado muito sobre 2022, falando sobre alianças partidárias e chapas. E vamos falar a verdade, não vemos, no Paraná, um adversário para ele no ano que vem. É óbvio que o DEM estará alinhado a esse projeto”, disse Lupion, que apontou, no entanto, que o partido buscará um espaço de destaque na chapa do governador. “Temos as vagas de vice e de candidato ao Senado e acho que o partido que tem o prefeito de Curitiba tem um peso grande para sentar à mesa e ocupar uma dessas três vagas. Essa é uma conversa que vai acontecer lá na frente”, disse.

Para o presidente estadual do DEM, a candidatura ao Senado é a que mais interessa ao partido. “Essa vaga do Senado é um campo aberto e será a grande disputa no Paraná. Admiro muito o Alvaro (Dias – Podemos), é um excelente senador, mas tudo tem seu tempo e está na hora de um nome novo, que seria muito bom para o Paraná e para o Senado”, concluiu.

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