A filiação do ex-juiz federal Sergio Moro ao Podemos, anunciada para o dia 10 de novembro, deve repercutir também no quadro eleitoral paranaense. Com Moro pré-candidato à Presidência da República a sigla deve se ver instigada a lançar candidato próprio na disputa pelo Palácio Iguaçu, suspendendo a aliança que tem com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que tentará a reeleição. A mudança seria vital para garantir palanque a Moro na região. O ex-deputado estadual e ex-prefeito de Guarapuava César Silvestri Filho e o senador Flávio Arns são os nomes mais cotados para essa possível candidatura.
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Presidente estadual do partido, César Silvestri Filho é o principal entusiasta da tese. “Um partido que quer ser protagonista na eleição nacional, que quer ser levado a sério, precisa ter um palanque leal a essa candidatura aqui no estado. Desmoralizaria a candidatura se, no estado de Sergio Moro, ele tivesse que dividir palanque com apoiadores de Bolsonaro, por exemplo”, avalia. “Mas isso não é unânime dentro do partido. Tem outros entendimentos. Tem gente no partido que quer a aliança com o governador Ratinho Junior”, pondera.
Entre os defensores da aliança com o governador está o senador Alvaro Dias, que negocia a candidatura à reeleição sendo o candidato a senador na chapa de Ratinho Junior. Mas o governador também mantém diálogo (e vaga aberta na chapa) com diversos outros partidos. “A gente tem sido parceiro do governador. Estamos na base na Assembleia. Os três senadores ajudaram o governador em todas as demandas. Até aqui, a relação é de entendimento. Mas, como o governador vai conciliar todas as demandas, todas as pressões e todas as alianças políticas, eu não sei. E o que defendo é que o Podemos não fique refém dessa agenda”, disse Silvestri.
“Independentemente da decisão do governador, devemos ter nosso palanque. A candidatura do Moro é o fato novo da política nacional e o estado é berço dessa candidatura. É óbvio que tem que ter uma posição consolidada. Não precisa ser nem o candidato do Podemos, mas uma candidatura consistente que dê a ele um palanque coerente e leal. Se houver um gesto do governador de que o candidato dele à presidência é o Moro, dá para se discutir, mas, agora, o PSD tem candidato [Rodrigo Pacheco] e o governador é muito próximo ao presidente Bolsonaro, o que o coloca em uma situação constrangedora”, acrescentou.
Com Alvaro buscando a reeleição para o Senado e Oriovisto Guimarães sendo bastante próximo a Ratinho Junior, tendo sido eleito como o candidato ao Senado apoiado pelo governador, Silvestri e Flávio Arns seriam os nomes do partido para a disputa pelo governo. “Se tem um partido com quadros que possam disputar o governo, é o nosso. Temos três senadores, um que já foi candidato a presidente e dois que estão no meio dos mandatos; poderiam concorrer sem comprometer suas atuais posições. Eu tenho colocado que, se for o entendimento do partido, assumo esse projeto. Sobre disposição para ser candidato, eu posso falar por mim: não me falta. Mas tenho todo o cuidado de compreender que ninguém é candidato de si mesmo. É uma situação que construiremos com o pé no chão”, conclui o presidente estadual do Podemos.
Procurado, o senador Alvaro Dias disse que ainda não comentaria o assunto porque a filiação de Sergio Moro sequer foi confirmada.
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