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Roger Pereira

Roger Pereira

A política do Paraná em primeiro plano

Corda esticada

PSD do Paraná tentará caminhar com Kassab sem romper com Bolsonaro

Governador Carlos Massa Ratinho Junior em encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto, em Brasília, em 16/01/2019 (Foto: Dvulgação / ANPr)

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A esticada de corda do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que criticou duramente os discursos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos atos de 7 de setembro, disse que o partido caminha para o rompimento e criou uma comissão interna para analisar os pedidos de impeachment contra o presidente, cria um desconforto para o governador Carlos Massa Ratinho Junior e o PSD do Paraná.

Ratinho Junior é um dos governadores mais próximos ao presidente – e vem tirando proveito disso, atraindo investimentos para o estado e convencendo o Bolsonaro a encampar seus projetos, como na discussão sobre o pedágio. Além disso, a bancada federal do PSD do Paraná é base fiel do presidente, com os três deputados em exercício (Stephanes Junior, Sargento Fahur e Vermelho) sendo bolsonaristas declarados.

Ao mesmo tempo, o Paraná é um estado estratégico para o plano de crescimento do PSD. Foi o estado que mais aumentou o número de cargos eletivos ocupados na eleição do ano passado, fazendo 125 prefeitos e 718 vereadores, sendo um dos principais palanques para as ambições nacionais do partido, cada vez mais desvinculada de Jair Bolsonaro.

E é nesta corda bamba que o diretório estadual do partido se mantém. Responsável pelas articulações visando as eleições do ano que vem, o secretário-geral da legenda, João Carlos Ortega (Secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano) diz que o partido acompanha a direção nacional na tentativa de viabilizar uma candidatura à presidência da República (a legenda tenta filiar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – DEM – para a missão), ao mesmo tempo em que quer manter o “forte trabalho institucional com o governo federal”.

“O partido está tentando viabilizar uma candidatura à presidência. Isso é legítimo dos partidos e é isso que o partido nacional está buscando: queremos ser a terceira via. É um trabalho do Kassab, com o convite ao Pacheco, estamos aguardando o desenrolar desta articulação. O diretório estadual acompanha essa decisão partidária de fortalecimento da legenda”, disse. “Ao mesmo tempo, o governador Ratinho tem um bom entendimento com o governo federal. Um trabalho institucional muito forte e isso tem ajudado a população do estado. Ele tem buscado pacificação política em benefício da população do Estado e do Brasil”, prosseguiu.

Assim, de acordo com o secretário-geral do partido, não há uma previsão de desembarque da bancada do PSD do Paraná da base do governo federal e, muito menos, de um rompimento de Ratinho Junior com o presidente Bolsonaro, mesmo que a direção nacional do partido venha a apoiar um eventual pedido de impeachment.

Deputado federal do PSD, licenciado para exercer a Secretaria de Estado da Justiça, Ney Leprevost afirmou à coluna que se a crise se agravar em Brasília, os titulares deverão reassumir suas cadeiras. Além de Leprevost, o secretário de Estado da Infraestrutura, Sandro Alex é deputado federal licenciado do PSD.

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