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Os diretórios do Partido dos Trabalhadores do Paraná e de Curitiba divulgaram nota conjunta, no final da tarde desta segunda-feira (7), afirmando que o partido “não participou da decisão momentânea de adentrar o templo religioso, assim como não fazia parte da coordenação do ato”, durante manifestação liderada pelo vereador do partido Renato Freitas, que invadiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, no último sábado.
Na nota, assinada pelo presidente estadual do partido, deputado Arilson Chiorato, e pelo presidente municipal da legenda, Angelo Vanhoni, o partido ressalta que “é defensor histórico da liberdade religiosa”.
Confira a íntegra da nota:
No dia 05 de fevereiro de 2022, aconteceu em Curitiba uma manifestação convocada por Movimentos Sociais, para repudiar o brutal assassinato de Moïse Kabagambe, ocorrido em 24 de janeiro no município do Rio de Janeiro. Moïse era um jovem congolês, refugiado no Brasil, país no qual, junto de sua família, buscou amparo e melhores condições de vida. O jovem foi espancado até a morte por reivindicar salário que estava em atraso. Foi vítima de racismo, xenofobia e aporofobia, por algozes que continuam a reproduzir a ideologia escravagista.
No último sábado, aconteceram em diversas cidades do país, e até mesmo de outros países, manifestações para cobrar justiça e denunciar o racismo estrutural que lamentavelmente faz parte de nossa sociedade. Fomos surpreendidos pela repercussão do ato que aconteceu no município de Curitiba.
Desta forma, a Comissão Executiva Estadual do PT do Paraná, vêm a público ponderar que não participou da decisão momentânea de adentrar o templo religioso, assim como não fazia parte da coordenação do ato. Há, por parte da imprensa tendenciosa, manipulação de fatos para prejudicar o Partido dos Trabalhadores, pois os vídeos evidenciam que no momento em que os manifestantes estiveram no interior da paróquia, a missa já havia terminado e o templo estava vazio.
Aproveitamos para reafirmar nosso compromisso com o direito à vida e contra toda e qualquer forma de discriminação. Defendemos a liberdade de expressão, nos solidarizamos com a família de Moïse e repudiamos o racismo e a xenofobia que devem ser extirpados de nossa sociedade, com uma luta diária e permanente, que deve contar com o afinco de todos e todas.
Em tempo, gostaríamos de relembrar que o PT é defensor histórico da liberdade religiosa, aliás, entre outras frentes de luta, o PT nasceu dentro das comunidades eclesiais de base e das lutas pastorais, que é um partido plural e que reconhece na CNBB uma importante aliada no combate ao discurso de ódio e de intolerância que estão impregnados em nossa sociedade.
Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores do Paraná
Arilson Chiorato, presidente do PT-PR
Angelo Vanhoni, presidente do PT Curitiba