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Roger Pereira

Roger Pereira

A política do Paraná em primeiro plano

Eleições 2022

Com abertura do período de convenções, partidos começam a definir cenário eleitoral no PR

(Foto: Gazeta do Povo)

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O quadro eleitoral no país e no Paraná começa a ser definido nesta semana. A partir de quarta-feira (20), está aberto o período de convenções partidárias, quando os partidos aprovam suas listas de candidatos antes de enviá-las para registro no Tribunal Regional Eleitoral. É com as convenções que as candidaturas são oficializadas e são nelas que as alianças e coligações são definidas. Encerrado esse período, não há mais espaço para as especulações do período pré-eleitoral. Até 5 de agosto, data limite para esses eventos, saberemos quem é de fato candidato, e com o apoio de quais partidos. Teremos desenhado o cenário real da eleição de 2 de outubro.

No Paraná, as movimentações partidárias já começam no primeiro dia do prazo. Para não deixar dúvida de que Cesar Silvestri Filho estará entre as opções para o Governo do Paraná na urna eletrônica em outubro, o PSDB realiza sua convenção já no dia 20 de julho. A convenção do partido, no entanto, deverá deixar em aberto a candidatura ao Senado na chapa tucana, à espera do União Brasil, de Sergio Moro, que só realizará seu encontro no dia 3.

O primeiro final de semana de convenções também terá movimentações. O PP, um dos maiores partidos do estado, fará seu encontro estadual em Londrina no sábado, dia 23. A expectativa é se o partido bancará a candidatura ao Senado do deputado estadual Guto Silva, que está com dificuldade para angariar apoios dentro do grupo político do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), mas defende uma candidatura independente.

Na mesma data (23), o PT realiza sua convenção estadual, em que deve confirmar a candidatura de Roberto Requião ao Governo do Estado, com Hermas Brandão (PV) como candidato a vice-governador. Os partidos ainda farão a convenção da federação partidária, que lançará chapa conjunta para deputado federal e estadual.

A convenção estadual do MDB está marcada para a segunda-feira da próxima semana, dia 25, em Curitiba. O partido tem o ex-governador Orlando Pessuti como pré-candidato ao Senado e precisa definir se apoiará mesmo a reeleição do governador Ratinho Junior, apesar de, nacionalmente, estar se coligando com o PSDB.

No final de semana seguinte, ocorrem grande parte das convenções. PDT, Republicanos, Pros e PSD fazem seus encontros no dia 30, sábado. O PDT é o partido sobre o qual pairam as maiores dúvidas em relação à eleição estadual. A legenda não conseguiu construir uma pré-candidatura ao governo para garantir palanque ao presidenciável Ciro Gomes no estado e também resiste a se aliar com o PT já no primeiro turno. Ao PDT, foi oferecida a candidatura ao Senado na chapa de Requião, mas a decisão deverá ficar mesmo para a última hora.

A convenção do Republicanos não deve ter surpresa. Apesar de ter uma das maiores bancadas da Assembleia Legislativa, com cinco deputados, o partido não tem pré-candidatos na majoritária, devendo fechar apoio a Ratinho Junior e ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O Republicanos aposta em chapas completas para deputado federal e estadual para tentar aumentar sua bancada.

No Pros, a dúvida é se a deputada federal Aline Sleutjes levará adiante sua pré-candidatura ao Senado ou se recuará para tentar a reeleição à Câmara. Sem o apoio declarado do presidente Bolsonaro e com uma estrutura partidária bastante limitada, Sleutjes pode acabar sendo inviabilizada na disputa.

O PSD oficializa a candidatura de Ratinho Junior à reeleição também no dia 30. Na convenção do PSD, as dúvidas ficam por conta de que partidos estarão na aliança do governador, se Ratinho Junior apoiará oficialmente o presidente Jair Bolsonaro, e quem serão os candidatos a vice-governador e a senador na chapa. São muitos partidos disputando apenas essas duas vagas na majoritária.

A principal novela na definição do quadro eleitoral do Paraná, no entanto, só terá seus últimos capítulos no prazo final do período de convenções. Podemos, União Brasil e PL serão os últimos grandes partidos a realizar seus encontros. E é nessas convenções que se poderá conhecer os reais candidatos ao Senado. O Podemos, do senador Alvaro Dias, realiza sua convenção no dia 31, domingo. Alvaro disputará mesmo a reeleição? Em que chapa? Conseguirá confirmar o apoio de Ratinho Junior? E de Jair Bolsonaro? Se não conseguir esses apoios, o partido lançará candidato ao governo para garantir o palanque? A convenção do Podemos é recheada de dúvidas.

No dia 3 de agosto, uma quarta-feira, a dois dias do encerramento do prazo, ocorre a convenção do União Brasil. O partido já anunciou a candidatura do ex-juiz federal Sergio Moro ao Senado, mas resta definir quem serão os aliados (e consequentemente, os adversários) de Moro nesta disputa.

Na mesma data, ocorre a convenção do PL. O partido do presidente Jair Bolsonaro tem as pré-candidaturas dos deputados federais Filipe Barros, ao governo, e Paulo Martins, ao Senado. Barros é o nome do partido para garantir palanque ao presidente caso dê errado a costura de aliança com Ratinho Junior. Já Paulo Martins era o nome para consolidar essa aliança, colocando um candidato do partido do presidente na chapa majoritária do governador. A presença de Sergio Moro na eleição, no entanto, levou alguns articuladores de Bolsonaro a cogitarem apoio a Alvaro Dias como estratégia mais viável para tentar impedir a eleição do ex-juiz. Assim, Barros e Martins começam a semana das convenções com as candidaturas incertas.

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