Desde agosto, os três senadores paranaenses estão filiados ao mesmo partido. Fato inédito na história da política local. Alvaro Dias, Oriovisto Guimarães e Flávio Arns sempre atuaram em consonância, desde a posse dos dois últimos, em 2019, mas, no segundo semestre de 2020, a parceria ficou ainda mais clara e explícita, quando Arns trocou a Rede Sustentabilidade pelo Podemos, partido de seus dois colegas de bancada. Depois de abrigar adversários históricos, como Roberto Requião (MDB) e Alvaro Dias ou partidos antagônicos, como PT e PSDB a bancada paranaense no Senado, agora, pensa de maneira uniforme, defende as mesmas bandeiras e age em conjunto. Se, por um lado, limita o debate político, essa composição inédita pode facilitar a articulação paranaense em Brasília.
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“Nós três nos articulamos muito bem em temos de respeito muito grande um com o outro, do ponto de vista do diálogo, das discussões dos problemas. Temos praticamente as mesmas pautas, como o fim do foro, a prisão em segunda instância, política mais adequada, mais diálogo com a sociedade, e uma postura única nas votações, bastante concertada. Isso dá uma segurança para o povo do Paraná, que pode olhar para os três e saber que estamos a favor do Paraná”, afirma Flávio Arns. “Viemos de um histórico de brigas, discordâncias, discussão e, até senador votando contra projeto de interesse do estado. Isso não acontece mais. Votamos todas essas pautas que interessam aos paranaenses direta ou indiretamente depois de debater com empresários do estado, com o governo, com os secretários”, prossegue.
Para Arns, o exemplo mais concreto de como essa atuação conjunta dos senadores beneficia o Paraná foi a aprovação de autorização para empréstimos internacionais ao estado em tempo recorde (neste ano, o Paraná obteve autorização para captar US$ 50 milhões junto ao Banco Interamericano do Desenvolvimento – BID). “Quando um empresário, ou uma entidade, pede uma reunião com a gente, ele fala junto com os três. Quando vamos aos Ministérios pedir investimentos no Paraná, vamos os três juntos. Isso dá uma força muito grande para as reivindicações”, conclui.
“Pela primeira vez o Paraná tem os três senadores no mesmo partido. O nosso entendimento, meu e do Alvaro, com o Flávio Arns era tão bom, em função dos interesses do Paraná, que acabou como uma consequência natural deste trabalho conjunto que desenvolvemos que o Flávio veio para nosso partido. Então, trabalhamos, hoje, os três com a mesma ideia, de não fazer o que já foi feito no passado, quando tínhamos senadores que por razões ideológicas, por razões políticas, por não gostarem do governador, acabavam prejudicando o Paraná, impedindo que o estado obtivesse empréstimos junto à União ou aval para contratar empréstimos internacionais. Isso acabou”, avalia Oriovisto Guimarães. “Hoje, nós reconhecemos claramente que o trabalho de um senador é, antes de tudo, representar o estado e defender o seu estado. Então, os três senadores trabalharam juntos, o ano inteiro para fazer que o Paraná tivesse uma boa representação junto à União”, diz.
Mais experiente entre os três, Alvaro Dias, que está em seu quarto mandato de oito ano, o terceiro consecutivo, afirma que o Paraná não teve prejuízos em função das divergências dos senadores no passado. “Mas, sem dúvida, há mais agilidade e mais força agora”. Ele também cita a celeridade com que os empréstimos ao Paraná foram aprovados (além do BID, houve o empréstimo internacional para o Programa Parana Urbano, aprovado em 2019), além da destinação de recursos de emendas feita em conjunto pelos senadores. “Isso significou uma posição confortável para o governo estadual, que não teve nenhuma dificuldade em Brasília. Nossas emendas foram discutidas com o governo e indicadas para onde havia maior necessidade, como o transporte escolar, por exemplo. Os grandes projetos que passaram pelo Congresso, como o Marco Legal do Saneamento e o Marco Legal do Gás tiveram as posições do Paraná sempre consideradas, porque sempre foram defendidas harmoniosamente”.
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