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O ano de 2021 promete muita movimentação política, com ocupantes de cargos públicos e potenciais candidatos buscando o melhor partido para as eleições gerais do próximo ano. O quadro das filiações partidárias no país e, também, no Paraná, deve sofrer influência direta da decisão de Jair Bolsonaro. Sem partido desde que deixou o PSL em novembro de 2019, o presidente da República deve escolher sua nova legenda, depois de um ano, e do fracasso da tentativa de fundação do “Aliança Pelo Brasil”. No momento, o Patriota é o destino mais provável de Bolsonaro, o que deve fazer migrar para a legenda, ainda modesta no cenário político, algumas importantes lideranças próximas ao presidente.
Além da movimentação de Bolsonaro, o racha no DEM após a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e a intervenção de Roberto Jefferson nos diretórios estaduais do PTB também devem provocar uma “dança das cadeiras” partidárias, com reflexos no Paraná – principalmente no PTB, onde deputados e vereadores do partido já declararam estarem buscando uma nova sigla. Até o momento, no entanto, a única alteração no quadro de forças partidárias em relação ao cenário estabelecido após as eleições de novembro de 2020 foi causada pela morte do prefeito de Campo Largo, Marcelo Puppi (DEM), vítima da Covid-19. Puppi foi substituído por seu vice, Maurício Rivabem (PSL), aumentando, ainda mais, a força do antigo partido de Bolsonaro no quadro estadual.
A eleição do ano passado transformou o PSD, do governador Carlos Massa Ratinho Junior, na maior legenda do estado, ao menos em termos de ocupantes de cargos eletivos, com quase um terço dos prefeitos da cidade, o maior número de vereadores, e sólidas bancadas de deputados federais e estaduais, desbancando o MDB, partido com o maior número de filiados, mas que não fez nenhum prefeito em cidades com mais de 100 mil habitantes no estado. Com critério criado pela coluna com base na hierarquia eleitoral, estabelecida a partir do grau de poder administrativo e financeiro, elaboramos um ranking da representatividade política dos partidos no Paraná, atribuindo uma pontuação para cada cargo eletivo ocupado. Abaixo, explicamos os critérios escolhidos - e podemos discuti-los nos comentários.
- Governador – 50 pontos
- Senador – 35 pontos
- Prefeito da capital – 35 pontos
- Prefeito de grandes cidades (com mais de 200 mil eleitores) – 25 pontos
- Deputado federal - 20 pontos
- Prefeitos de cidades médias (com mais de 100 mil eleitores) – 15 pontos
- Deputado estadual – 10 pontos
- Prefeito das demais cidades – 5 pontos
- Vereador de grandes cidades – 2 pontos
- Vereador das demais cidades – 1 ponto
Apesar de o cargo de senador da República ser o mais alto cargo do Legislativo, com mandato de oito anos e grande representatividade em Brasília, atribuímos a ele a mesma pontuação de prefeito da capital pela influência política que o administrador de Curitiba tem no estado. Se consideramos o cargo de governador como o principal cargo do estado, não podemos esquecer que o Paraná tem um histórico de prefeitos da capital que se elegeram governadores posteriormente: Roberto Requião, Jaime Lerner e Beto Richa são os mais recentes. Beto Richa, ao se eleger, derrotou um senador (Osmar Dias) e ao se reeleger, dois (Requião e Gleisi Hoffmann).
Seguindo no entendimento de que, no sistema político brasileiro, os cargos no Executivo são mais valorizados que os legislativos, também atribuímos aos prefeitos de grandes cidades pontuação superior à de deputado federal, assim como aos prefeitos de cidades médias pontuação superior às de deputado estadual. Além da representatividade do cargo, do orçamento e do número de cidadão administrados, consideramos, também, o número de parlamentares, seja da Câmara dos Deputados ou da Assembleia Legislativa que, no meio de seus mandatos, disputam o cargo de prefeito de suas cidades, renunciando à cadeira no Parlamento em caso de sucesso.
A partir destes critérios, então, temos o PSD disparado como o partido com maior representatividade no estado por conta dos cargos eletivos ocupados, com mais que o dobro da pontuação do MDB, que, apesar de não ter feito prefeitos em grandes cidades, ainda é o segundo partido com mais prefeituras e elegeu, também, 421 vereadores, demonstrando o tamanho de sua base. Dono da maior bancada de deputados estaduais, o PSL aparece como a terceira força do estado, seguido de perto por PP e PL. Dos 28 partidos com ao menos um cargo eletivo no Paraná, o PSDB é apenas o 11º e o PT, o 13º. Confira o ranking.