Depois de ser vaiado por eleitores bolsonaristas nas duas últimas visitas do presidente ao Paraná em que esteve presente (em Maringá e em Cascavel) e de, para evitar esse desgaste, não participar do último evento presidencial no estado, em Ponta Grossa e Castro, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) voltou a receber Jair Bolsonaro (PL) na sua visita ao Paraná neste final de semana. Presidente e governador participaram, juntos, de uma missa no Santuário de São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes, na manhã deste sábado (09).
Para aliados do governador também presentes no encontro, o público “neutro” do evento, formado por fieis do Santuário e não apenas por entusiastas do presidente (embora esses fossem maioria) e o ambiente de relativo silêncio e respeito de um templo religioso formaram o cenário perfeito para o reencontro e a busca da reaproximação política.
Ratinho Junior recebeu Bolsonaro no desembarque do helicóptero presidencial, o acompanhou até o santuário e assistiu à celebração da missa ao lado do presidente. Nem Bolsonaro nem Ratinho Junior discursaram neste sábado, o que reduziu o risco de acirramento de ânimos.
Na retaguarda de ambos, deputados federais paranaenses como Pedro Lupion (PP), Diego Garcia (Republicanos) e, até, Filipe Barros (PL), que se lançou pré-candidato ao Governo do Estado para garantir palanque a Bolsonaro no Paraná caso Ratinho Junior não formalize aliança com o presidente.
Ratinho Junior vem sendo cobrado sobre uma definição de apoio a Bolsonaro, com quem manteve boa relação durante toda a gestão, mas, até o momento, não se posicionou. O governador se apega à situação nacional do PSD, que tenta lançar uma candidatura própria à Presidência da República, embora não consiga encontrar um nome, para adiar sua decisão.
A condição dos partidos que apoiam Bolsonaro para a formalização da aliança é a candidatura ao Senado na chapa do governador. O deputado federal Paulo Martins (PL) seria o nome indicado. Mas Ratinho ainda tem arranjos a resolver como a pré-candidatura de seu ex-chefe da Casa Civil, Guto Silva (PP) e a tentativa de aliança com Alvaro Dias (Podemos), pré-candidato à reeleição.
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