Cumprindo o que havia anunciado no último sábado, assim que foi derrotado na convenção estadual do partido, o ex-governador Roberto Requião assinou, nesta segunda-feira (2), sua desfiliação do MDB, partido que ajudou a fundar em 1981 e ao qual sempre esteve filiado nestes 40 anos de existência da sigla.
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Requião bateu chapa com o deputado estadual Anibelli Neto em convenção do partido realizada no sábado. Com o apoio de praticamente toda a bancada estadual e federal do partido (à exceção de Requião Filho), a chapa do deputado elegeu 74% dos delegados para o diretório estadual da sigla, dando ampla maioria para que Anibelli Neto fosse escolhido o novo presidente estadual da legenda.
“Aristóteles dizia que o homem é um animal político. Sou assim. Saí do MDB porque meu velho MDB de guerra acabou. Vou continuar fazendo política para o bem de meu país e do nosso povo”, declarou Requião. O ex-governador diz que estuda convites de, pelo menos, três legendas para que se filie a um novo partido e seja seu candidato ao governo do Paraná. Após a decisão do ex-governador, Requião Filho e outros apoiadores devem acompanhar a troca de legenda, respeitando, no caso dos detentores de mandado, o período de janela partidária.
Requião queria a presidência do partido para viabilizar-se como candidato ao governo do Paraná. A chapa liderada por Anibelli Neto defendeu o fortalecimento das chapas de deputados federais e estaduais do partido, com a filiação de novas lideranças para garantir uma votação na eleição proporcional que propicie o maior número de cadeiras à legenda. Anibeli argumentou que a discussão sobre candidatura própria ou coligação na majoritária só deve ocorrer em 2022 o que, para Requião, foi uma sinalização de que o partido, sob novo comando, negociaria alianças, inclusive com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), o que o fez deixar do partido. “Que pobreza, que vergonha, que indignidade. O partido que eu fundei foi tomado pelo Ratinho e pelo Bolsonaro”, escreveu o ex-governador.
Antes mesmo da convenção do MDB, o PSB já havia sondado a possibilidade de Requião trocar de partido e disputar o governo do estado pela sigla. O partido vem fazendo movimentos agressivos de filiação nos estados, buscando lideranças de oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido). Nas últimas semanas, o PSB filiou o deputado federal Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro, e o governador do Maranhão, Flávio Dino.
No sábado, logo após o resultado da convenção do MDB e o anúncio de Requião de que deixaria o partido, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente estadual, Arilson Chiorato, publicaram, nas redes sociais, declaração de apoio ao ex-governador que soaram como convite. O deputado estadual Goura (PDT) também fez movimento semelhante.
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