Tentando transformar o PTB em alternativa para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disputar a reeleição em 2022, o presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson tem feito uma série de intervenções em diretórios municipais e estaduais do partido desde o período eleitoral do ano passado. Em Brasília, comenta-se que Jefferson estaria “limpando” o partido para entregá-lo a Bolsonaro, caso o presidente não consiga viabilizar seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil.
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Um dos maiores defensores de todas as pautas polêmicas do presidente da República, Roberto Jefferson anulou convenções partidárias em municípios que não apoiaram o candidato bolsonarista, dissolveu diretórios municipais e estaduais e vem ameaçando de expulsão filiados que apoiaram as medidas básicas de prevenção à pandemia causada pelo coronavírus, como o uso de máscara e o isolamento social.
Ameaçado publicamente de expulsão do partido, o vereador Pier Petruzziello protocolou, nesta quarta-feira (20), seu pedido de licenciamento da presidência do diretório municipal do partido em Curitiba, o que marcaria o início de sua saída da legenda. Mas ele não deve sair sozinho: único deputado estadual do PTB, Tião Medeiros afirmou à coluna que não ficará na sigla.
“Tenho muitas divergências com a condução dele [Jefferson] no partido, com postura radical e oportunista. Não há uma abertura do PTB nacional para os estados, apenas onde há o interesse do presidente. É uma pena um partido que foi tão grande e tradicional se apequenar assim. Não ficarei no PTB”.
A única deputada federal do PTB do Paraná e, até, seu presidente estadual, também podem estar de saída. Cientes do descontentamento dos petebistas paranaenses vários partidos como PP, PSD e Podemos, entre outros, procuraram a deputada Luísa Canziani e seu pai, Alex Canziani convidando-os para trocar de legenda. “Existem convites, mas como o mandato pertence ao partido e não estamos com a janela de troca partidária aberta, não adianta tomarmos nenhuma decisão agora. No momento adequado, vamos analisar, com calma, a conjuntura, a viabilidade para nossos projetos políticos e tomar a decisão em conjunto”, afirmou Luísa.
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