O ex-juiz federal Sergio Moro confirmou, nesta terça-feira (14), que será candidato pelo União Brasil do Paraná, sem definir o cargo que pretende disputar nas eleições de outubro. O anúncio foi feito após o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo indeferir a mudança de domicílio eleitoral de Moro para a capital paulista por ausência de comprovação de que o ex-ministro da Justiça residia na cidade por, ao menos, três meses.
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Moro anunciou que o foco agora é percorrer o interior do Paraná e ouvir o povo paranaense. "Quero me reconectar com o povo paranaense e essa decisão [sobre o cargo a ser disputado] será tomada adiante, juntamente com o União Brasil nacional e do estado do Paraná. E acima de tudo quem vai decidir isso será a população paranaense”, afirmou.
O ex-juiz disse estar “radiante de voltar ao Paraná. Aqui foi onde nasci, cresci, constituí família. Foi também onde pude me tornar juiz federal e participar da criação de um capítulo importante da história do País, sendo juiz da operação Lava Jato, a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil”, destacou.
Sobre a decisão da Justiça Eleitoral de São Paulo, Moro disse discordar da decisão, mas aceitá-la. E sinalizou com uma possível candidatura da esposa, Rosangela Wolff Moro, como deputada federal pelo estado paulista. Diferente do marido, Rosangela teve o registro de candidatura deferido em São Paulo.
Contestação dentro do partido
Sobre a impugnação (contestação) de sua filiação ao União Brasil do Paraná, movida pela filiada Cristiane Mesquita, Moro ponderou não ser uma preocupação no momento. “Tudo isso é bobagem, é tapetão para evitar que você participe da política. Tem que respeitar a posição da filiada, mas existe aí um risco zero”, respondeu, em conversa com os jornalistas logo após o anúncio ao lado de lideranças do partido, na manhã desta terça.
A impugnação também foi comentada pelo presidente estadual do partido, Felipe Francischini. “É uma filiada que a gente respeita, mas que a gente não conhece, não é uma pessoa que tem uma vida ativa dentro do partido. [A impugnação] não tem fundamento algum e responderemos com segurança e respaldo jurídico estadual e nacional”.
Idas e vindas de Sergio Moro
Esta é mais uma mudança de rumo na curta trajetória política de Moro. Colocado como pré-candidato a presidente pelo Podemos desde novembro do ano passado, o ex-juiz passou cinco meses trabalhando neste cenário até que, no prazo final para filiação partidária, em abril deste ano, trocou de legenda, filiando-se ao União, em São Paulo, em busca de mais estrutura partidária.
Dentro do União, no entanto, Moro não conseguiu viabilizar-se como pré-candidato a presidente (o partido trabalha o nome de seu presidente nacional, Luciano Bivar). Então, a pretensão de disputar a eleição por São Paulo foi barrada pelo TRE paulista, que não reconheceu o domicílio eleitoral do ex-juiz no estado, devolvendo-o ao Paraná.
Sem recorrer da decisão do TRE, Moro passou, desde a semana passada, a articular com seus aliados e lideranças partidárias uma candidatura em seu estado natal. Caso decida disputar o Senado, Moro se coloca como adversário de seu primeiro padrinho político, o senador Alvaro Dias (Podemos), pré-candidato à reeleição. Alvaro foi um dos principais articuladores do ingresso de Moro na política partidária, convencendo o ex-ministro a voltar dos Estados Unidos para filiar-se ao Podemos e viajar o Brasil construindo uma pré-candidatura à presidência da República.
O União Brasil cogitava lançar Fernando Francischini ao Senado, mas o ex-deputado teve os direitos políticos cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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