A três meses da eleição, o líder na última pesquisa eleitoral divulgada no Paraná ainda não definiu se será candidato ao Senado. Com o quadro para a disputa pelo Governo do Estado praticamente fechado, a construção das candidaturas ao Senado é o que mais deve movimentar a política paranaense nestas duas semanas que antecedem o início do período de convenções partidárias. A recente entrada em cena do ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil) embaralhou ainda mais a disputa, que passa, além da intenção de disputa e popularidade dos pré-candidatos pela conquista de espaço político dentro dos partidos e das alianças que se desenham para outubro.
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Desde que teve o domicílio eleitoral em São Paulo negado pela Justiça Eleitoral, Sergio Moro anunciou que disputará as eleições no Paraná, mas ainda não definiu para que cargo, embora seja o Senado a grande aposta. Na primeira pesquisa em que o nome do ex-ministro da Justiça foi colocado, a RealTime Big Data, divulgada em 27 de junho*, Moro já apareceu na liderança, com 30% das intenções de voto, superando seu antigo padrinho político, Alvaro Dias (Podemos), com 23%. Dr. Rosinha (PT), com 7%, Paulo Martins (PL), com 6%, Aline Sleutjes (Pros), 2%, Alex Canziani (PSD) – 1% e Guto Silva (PP) 1%, completam a lista dos pré-candidatos citados na pesquisa, que registra 19% de eleitores que ainda não sabem em quem votar.
Sem Moro, Alvaro Dias tem uma liderança tranquila, com 35% contra 8% de Paulo Martins. Apesar de não terem sido citados na pesquisa da RealTime, Orlando Pessuti (MDB) e Valdir Rossoni (PSDB) também trabalham pré-candidaturas ao Senado.
A principal questão nesta disputa é saber quem conseguirá viabilizar sua candidatura, uma vez que Moro, Alvaro, Paulo Martins, Canziani e Guto Silva estão em partidos que tendem a apoiar a reeleição do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que teria, assim, apenas uma vaga de candidato a senador em sua chapa.
E essa definição passará, obrigatoriamente, pela decisão de Moro. Paulo Martins é o nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seria a condição imposta pelo presidente para uma aliança com Ratinho Junior já no primeiro turno das eleições. Alvaro Dias tenta usar seu melhor desempenho nas pesquisas para se vender ao grupo bolsonarista como o candidato viável para derrotar Moro (rompido com o presidente desde que deixou o governo federal).
A aposta de Guto Silva é que a candidatura de Moro crie uma divisão dos grupos políticos, levando o PP a manter sua candidatura. Ele crê que, com um número maior de candidatos, a pulverização de votos pode lhe ser favorável. Aline Sleutjes diz que mantém sua candidatura, independentemente dos adversários e que a única condição para recuar seria um pedido oficial do presidente Jair Bolsonaro.
E Moro? Confortável com os números da pesquisa, Sergio Moro diz que não tem pressa para decidir. Filiado ao União Brasil, partido com mais recursos de fundo eleitoral e partidário e com maior tempo de TV na propaganda eleitoral, Moro virou a grande carta da legenda para negociar a melhor posição possível nas eleições deste ano. A intenção do ex-juiz é a disputa ao Senado, mas, no partido, há tanto quem considere uma candidatura ao governo, quanto quem prefere ver Moro puxando a chapa de deputados federais da sigla. Decisão que só será anunciada a partir do dia 20, quando serão abertas as convenções partidárias.
*O instituto RealTime Big Data entrevistou, pessoalmente, 1.500 eleitores do Paraná entre os dias 24 e 25 de junho. O levantamento foi contratado pelo Grupo RIC e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo PR-06518/2022. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
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