Apesar de ser um dos maiores partidos do estado e do país, com maior tempo de TV e mais recursos do Fundo Partidário, o União Brasil assumia uma posição de coadjuvante nas eleições do Paraná. Sem nomes para lançar nas disputas majoritárias, o partido concentrava-se em construir fortes chapas de deputados estaduais e deputados federais. A situação mudou com o retorno de Sergio Moro ao Paraná, depois do indeferimento de seu domicílio eleitoral em São Paulo. E, agora, o partido virou a bola da vez nas negociações políticas, com vários grupos políticos buscando ter o apoio, ou, ao menos, neutralizar o impacto eleitoral que Moro pode representar na disputa.
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“Com certeza muda o patamar do partido, apesar de o União Brasil ser o segundo maior partido do Paraná em número de prefeitos, vereadores e deputados. Já tínhamos um partido muito grande, consolidado no estado, mas com esse revés do destino, que foi a volta do Sergio Moro para o Paraná, temos, agora, um grande quadro, com competência, viabilidade eleitoral e disposição para disputar qualquer cargo que almeje", falou o presidente estadual do partido, deputado federal Felipe Francischini. "Agora, além de ser um partido enorme, estamos com um quadro capaz de disputar um dos grandes cargos do estado”, complementou.
Quando o Tribunal Superior Eleitoral oficializou a fusão de DEM e PSL, dando origem ao União Brasil, o partido, no Paraná, deixou claro sua pretensão de disputar o Senado em outubro deste ano. O nome colocado era o do deputado estadual Fernando Francischini, que acabou cassado pela Justiça Eleitoral e está com os direitos políticos suspensos, não podendo disputar a eleição. Com essa baixa, o partido recuou e passou a trabalhar a montagem das chapas nas eleições proporcionais.
O retorno de Moro ao Paraná, no entanto, faz o União Brasil retomar o plano inicial, de disputar o Senado com um nome competitivo. O problema agora é o tempo perdido, uma vez que outros nomes de centro e de direita já trabalham a candidatura há alguns meses, como Alvaro Dias (Podemos), Paulo Martins (PL), Guto Silva (PP) e Aline Sleutjes (Pros) - com os três primeiros nomes desta lista brigando pelo apoio do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), chapa onde o União também pretendia entrar. “Nossa bancada é base de apoio ao governador desde o início da gestão, sempre apoiamos a governabilidade. Mas essa questão de eleição fica para o prazo das convenções. Não sabemos quem vai se colocar para a disputa de cada cargo e precisaremos avaliar lá na frente”, desconversou Felipe Francischini.
A indefinição na construção desta aliança foi o que impediu Moro de já anunciar, na última terça-feira (14), que disputaria o Senado pelo Paraná. “Faremos grandes eventos regionais a partir da semana que vem. Levaremos todos os nossos pré-candidatos a todos os cantos do estado. O juiz Sergio Moro quer ouvir a população do Paraná, quais os principais problemas e as demandas da população, saber o que a população espera dele como político. Dentro de algumas semanas já teremos uma posição definitiva de qual cargo o partido vai pleitear aqui no estado”, disse Felipe. “Não nos importamos muito com o prazo para definição, porque Moro já é conhecido por toda a população do estado, não precisa de tempo de pré-campanha para se mostrar ao eleitor”.
Felipe Francischini também minimizou qualquer desconforto em caminhar com Moro no período eleitoral sendo, ele e seu pai, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Muitos amigos e aliados nossos gostam dos dois, então, vejo que é uma questão que pode ser facilmente superada. Fico feliz com a reaproximação com o presidente Bolsonaro, mas, também, temos a pré-candidatura do presidente Luciano Bivar e, no momento, é por ela que temos que trabalhar. Vamos fazer, também, essa avaliação no momento certo”, concluiu.
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