Ouça este conteúdo
O senador eleito Sergio Moro (União) apresentou, nesta quinta-feira (10) uma retificação de sua prestação de contas final de campanha visando corrigir uma série de inconsistências encontradas em suas contas pela Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Segundo o departamento técnico do TRE a campanha de Moro deixou de apresentar diversos documentos necessários à quitação eleitoral, bem como apresentou informações divergentes entre as doações recebidas e os recursos gastos durante a campanha.
Sergio Moro gastou, em sua campanha eleitoral, R$ 5,1 milhões, R$ 700 mil a mais que o limite de gastos determinado para uma campanha de senador no Paraná, que era de R$ 4,4 milhões. Esse estouro no teto de gastos, no entanto, não foi um dos problemas apontados pelo TRE nas contas do senador eleito, uma vez que, desde as eleições de 2020, despesas com contabilidade e advocacia não são consideradas para o teto e, só com o escritório de seu advogado, Bonini Guedes Advocacia, Moro declarou ter gasto R$ 800 mil durante a campanha.
O TRE, apontou, no entanto, que a prestação de contas do futuro senador deixou de apresentar os seguintes documentos obrigatórios: extrato das contas bancárias destinadas à movimentação de recursos do Fundo Partidário; extrato das contas bancárias destinadas à movimentação de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC); e extrato das contas bancárias destinadas à movimentação de Outros Recursos.
Além disso, o TRE identificou o recebimento de recursos de origem não identificada (doações em que não constam o CPF ou CNPJ do doador) em 24 casos, que totalizam R$ 2,75 milhões. Também foram identificadas doações recebidas de outros candidatos ou partidos políticos com informações divergentes nas prestações de contas dos doadores, “revelando inconsistência nas informações declaradas na prestação de contas em exame”, no total de R$ 1,9 milhão. E, ainda, foram identificadas inconsistências nas despesas pagas com recursos do Fundo Partidário, registradas na prestação de contas final apresentada sem nenhuma documentação vinculada aos lançamentos de extratos bancários e despesas eleitorais, num total de R$ 2,3 milhões.
Em nota, antes mesmo de enviar a retificação ao TRE, a equipe de Moro comentou que “o TRE apresentou um relatório padrão de prestação de contas, o que é natural neste período, e a equipe jurídica já está em contato com a contabilidade da campanha. Existe um prazo de três dias para responder, data em que serão apresentados os documentos solicitados”.