Com a cassação do vereador Renato Freitas (PT), a cadeira na Câmara Municipal de Curitiba deverá ser ocupada pela primeira suplente do partido, Ana Júlia Ribeiro. A estudante de direito, de 22 anos, tornou-se conhecida quando discursou, aos 16 anos, na Assembleia Legislativa, em defesa dos estudantes que ocupavam escolas em todo o estado em 2016. Aposta do PT nas eleições de 2020, ela recebeu 4.538 votos (mais que 17 dos 38 vereadores eleitos) e acabou na suplência por conta do quociente eleitoral. Apesar da oportunidade de assumir um mandato por dois anos e meio, a provável futura vereadora diz torcer para não ter que assumir.
“Espero, sinceramente, que não tenha que assumir após esse processo. É um processo muito traumático, injusto, que demonstra a seletividade da Câmara de Curitiba. E é um processo que eu realmente espero que seja revertido na Justiça, com todos os argumentos que a defesa do Renato tem levantado”, disse.
Ana Júlia disse que, caso convocada, usará seu mandato, também, para defender as bandeiras de Renato Freitas e diz que, apesar de ter uma forma de atuar diferente do colega de partido, também irá incomodar os padrões da Câmara. “É preciso entender que o Renato não está sendo cassado por entrar na igreja, está sendo cassado pelo posicionamento político dele e pelo que ele representa politicamente. Acredito que a gente tenha algumas atuações muito diferentes, mas embora espere não ir, se tiver que ir, não vou para a Câmara de Curitiba para agir como eles entendem que tem que agir um vereador. Fazer política é convivência, é participar com as pessoas, é apresentar a demanda das pessoas e, principalmente, agora, a gente precisa discutir a renovação na política e a diferença de método de se fazer política, e eu pretendo demonstrar uma diferença de método de fazer política”.
A provável nova vereadora lembrou que sua campanha de 2020 e seu projeto político é baseado na pauta da educação pública. “Essa, certamente, será minha principal bandeira. Mas as pautas que o Renato defende, são as pautas que o nosso partido defende. A diferença que a gente tem é que o Renato tem a representatividade da periferia e da negritude, então, lógico, que é uma pauta muito mais forte para ele. E eu venho de uma construção mais ligada ao campo da educação”.
Pré-candidata a deputada estadual, Ana Júlia diz não conseguir, sequer, ver vantagem na exposição que ganhará na Câmara para sua campanha. “Não tem como um processo desse ser benéfico para qualquer coisa, porque ele vem de uma injustiça, eu realmente só espero que não precise assumir”.
A Resolução da Câmara de Curitiba, aprovada em segundo turno na última quarta-feira, determinando a perda de mandato de Renato Freitas, ainda não foi publicada no Diário Oficial do Município. Após a publicação, a Mesa da Câmara tem cinco dias úteis para convocar Ana Júlia. Enquanto isso, a defesa de Freitas move mandado de segurança para tentar anular as sessões de votação.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná