A confirmação de que o novo pedágio do Paraná será pelo modelo de menor tarifa, com depósito de aporte de garantia, foi uma vitória política paranaense. Pressionado pelo setor produtivo, pela sociedade civil organizada e pela Assembleia Legislativa, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) convenceu o presidente Jair Bolsonaro a determinar ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que abrisse mão do modelo híbrido, desenhado para todo o país, para adotar o modelo defendido pelo Paraná. O ministro relutou na alteração do modelo e, depois, desenhou uma curva de aporte muito mais agressiva, mas que o Governo do Paraná também conseguiu reduzir. Nesta quarta-feira, no lançamento do modelo, Tarcísio minimizou o embate e disse que o modelo paranaense contempla a ideia que ele defende para as concessões rodoviárias.
“Está um modelo muito equilibrado. Tem várias formas de você marcar o gol, com o pé, com a cabeça, o importante é botar a bola para dentro da rede. É o que vai acontecer aqui. O que a gente precisava era construir um modelo que vai equilibrar a quantidade de obras que precisam ser feitas com uma preservação de caixa. O caminho que você vai fazer isso não importa. A gente precisa preservar o caixa e estamos fazendo isso”, disse o ministro.
Para Tarcísio de Freitas, o modelo que exige um depósito de aporte crescente a cada ponto porcentual de desconto ofertado no leilão atende ao mesmo objetivo da proposta de leilão híbrido, com limitador de desconto: “coibir aquele desconto agressivo irresponsável que vai destruir caixa e vai te impossibilitar o acesso ao founding”. Sem caixa, cita o ministro, não se atrai investidor. “Não adiante ter 60%, 70% de desconto na tarifa se você vai bater à porta do financiador e não vai obter o crédito. Ninguém tem R$ 44 bilhões sobrando para fazer investimento do bolso. Você vai recorrer ao mercado e, aí, você tem que ter uma garantia para o financiador de que aquele projeto é sustentável”, afirmou.
O ministro citou que o modelo paranaense poderá, até ser repetido em outros estados. “Esse é o modelo que agrada ao Paraná e se adequa à necessidade que o Paraná tem para curar a ferida que o Paraná enxerga. Pode até ser repetido, porque é um modelo vitorioso. Temos que ter modelo para barrar o aventureiro, se vai ser com limite de desconto ou com curva de aporte, tanto faz”, concluiu.
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