Valdir Rossoni em entrevista sobre a Operação Quadro Negro em 2018.| Foto: Denis Ferreira Netto/Arquivo/Gazeta do Povo
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O deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) anunciou em suas redes sociais, no último domingo, que não disputará as eleições do ano que vem, encerrando sua carreira política ao término do atual mandato.

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“Prezados amigos: quero comunicar minha decisão. Encerro minha caminhada política no final de 2022. Não serei candidato a nada. Quero, a partir de agora, cultivar minhas boas amizades”, escreveu o tucano.

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Quando concluir seu mandato, então, Rossoni encerrará uma carreira política que iniciou em 1978, quando assumiu a Secretaria de Administração da prefeitura de Bituruna. Na sequência, foi prefeito do município, entre 1983 e 1989. Em 1991, assumiu seu primeiro mandato como deputado estadual, ficando na Assembleia Legislativa por seis mandatos consecutivos, chegando à presidência da Casa entre 2011 e 2015.

Nas eleições de 2014, foi eleito deputado federal, mas licenciou-se do cargo em 2016 para assumir a chefia da Casa Civil do Governo Beto Richa (PSDB). Voltou à Câmara em 2018, para disputar a reeleição, mas acabou sendo eleito para a suplência de sua coligação. Assumiu novo mandato em 27 de abril deste ano, após o falecimento de José Carlos Schiavinato (PP).

Nos últimos anos, Rossoni vem enfrentando problemas com a Justiça. Ele foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por supostas nomeações de parentes e funcionários fantasmas em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Paraná entre 2003 e 2011. O deputado também foi citado por delator da Operação Quadro Negro, que investiga desvio de recursos de obras de escolas estaduais, como um dos políticos que seria beneficiado do esquema. Nos dois casos, Rossoni nega os crimes.

A desistência de Rossoni de disputar as eleições do ano que vem também passa pelo futuro político de um de seus principais aliados, o ex-governador Beto Richa (PSDB). Richa tenta reconstruir sua carreira política após fracassar na eleição para o Senado, em 2018, marcada pela prisão do ex-governador na reta final da campanha, nas operações Rádio Patrulha e Integração. E a candidatura a deputado federal é justamente o caminho apontado por seus apoiadores como o mais indicado para seu retorno à vida pública. Assim, Richa e Rossoni acabariam brigando pelo mesmo espaço dentro do PSDB.

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