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Nada de novo no front

A denúncia ficou por conta da ressonância feita pela BBI – a Briosa, Brava e Indormida Imprensa. Telefonemas e transmissões de dados de empresas e pessoas brasileiras teriam sido alvo de espionagem por parte do governo dos Estados Unidos. Mais ainda: Brasília foi sede de uma base da Agência Nacional de Inteligência (NSA) e da Central de Inteligência (CIA) para a espionagem mundial por meio de satélites. Ela operou pelo menos até 2002.

– Nada de novo no front – comentou o professor Afronsius, aproveitando para citar o título do livro de Erich Maria Remarque. Aliás, de leitura recomendável até hoje, embora lançado em 1929.

E agora, como vai ser?

A propósito da espionagem, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, considera mais provável que a suposta espionagem tenha ocorrido no trânsito das informações nos cabos submarinos. “Se você faz uma ligação para o Japão, ela passa pelos Estados Unidos”, explicou.

– Ainda bem que, durante minha estada no Japão, fazia ligações para a Vila Piroquinha recheadas de elogios. Só elogios, notadamente aos bares e às cervejas japonesas, principalmente a Karin – disparou Natureza Morta.

O governo brasileiro defende a criação de um organismo internacional para regular a rede mundial de computadores. É um dos debates que pretende suscitar na ONU, mas, como comentou o ministro, a Internet é comandada por uma empresa privada norte-americana, com sede na Califórnia. Mais claramente, ao contrário do ministro: Google, com sede em Santa Clara. Vai daí…

De quinta-coluna a quislinguista

Da quinta-coluna na Guerra Civil Espanhola, ou Guerra de Espanha, como prefere o jornalista Jorge Eduardo, ao Quisling, oficial da armada da Noruega que colaborou por baixo dos danos para a ocupação nazista, na II Guerra Mundial (e quisling virou sinônimo de traidor), as coisas mudaram muito. Mas a essência continua a mesma.

Nos preparativos do golpe civil-militar de 64, por exemplo, não foram poucos os que colaboraram para a derrubada de um governo constitucionalmente estabelecido. Inclusive jornalistas. Alguns chegaram a admitir que, regados a mister dólar, passavam relatórios para a embaixada americana, no Rio.

E tinham uma desculpa:

– A gente tapeava os gringos. Fazia um texto resumido em cima de notícias dos jornais e mandava. Nada de grave ou que comprometesse a gente ou o país, era o que tinha saído na imprensa…

A pergunta crucial: essa turma de Calabares procurou o contratante ou foi procurada por ele?

ENQUANTO ISSO…

9 julho

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