Retomando o papo sobre Rui Barbosa, a pedido de Beronha Natureza Morta sacou da biblioteca da mansão da Vila Piroquinha um (raro) exemplar de “Rui – O homem e o mito”, de Raimundo Magalhães Júnior. Jornalista e pesquisador incansável, Raimundo produziu algumas das melhores biografias da literatura brasileira, de José do Patrocínio e José do Patrocínio Filho, de Artur Azevedo, Machado de Assis, João do Rio, marechal Osório, Cruz e Souza, Álvares de Azevedo a Leopoldo Froes.
Todos aplaudiam
No livro, ao contrário de Luiz Viana Filho e Américo Jacobina Lacombe, para quem Rui era “o maior líder do país, poliedro de luz e de devoção aos ideais”, Raimundo não via exatamente isso.
Como ele, Álvaro Moreyra, para quem a oratória de Rui era uma mistura de classicismo e pernosticismo que deleitava, impressionava, extasiava, mas que “poucos compreendiam, muitos assistiam e todos aplaudiam”.
Para Raimundo Magalhães Júnior, a verdadeira Águia de Haia tinha sido Drago, Luís Maria Drago, então ministro das Relações Exteriores da Argentina.
Beronha:
– É… Perder para a Argentina é inaceitável. Em qualquer disputa.
Uma pisada de bola
Sobre “o homem mais inteligente do Brasil”, conta Natureza, só para descontrair, que, certa vez, ao visitar uma cidadezinha do interior, Rui ficou alarmado com os gritantes erros de português nas placas de estabelecimentos comerciais. Numa determinada quadra, no entanto, sorriu, satisfeito. Estava lá, bem grande: Alfaiataria Águia de Ouro.
Não se conteve, foi procurar o proprietário, para cumprimentá-lo. Apresentou-se e disse por que pretendia apertar a mão do alfaiate:
– Em toda a cidade, o senhor foi o único a escrever corretamente o nome da loja. Águia de Ouro! Parabéns!
Espantado, o alfaiate corrigiu o mais inteligente dos brasileiros:
– Não é Águia de Ouro, não senhor. É Agúia de Ouro…
Pano rápido, como diria Millôr.
ENQUANTO ISSO…
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