Há quem garanta – e comprove – que a fé não apenas remove montanhas, mas também encurta distâncias. Um exemplo: o encontro brasileiro e mundial da Igreja Batista, em 1960, no Rio de Janeiro.
Mas, antes de resgatar a cena, Natureza Morta explicou que ela tomou de assalto a sua mente ao ler a Revista de História da Biblioteca Nacional, edição deste mês, que trata dos evangélicos, sob o título “A fé que seduz o Brasil”.
Da origem à ascensão
Nas várias matérias a respeito, a RHBN mostra que a Igreja Batista surgiu em 1612, na Inglaterra; em 1639, nos Estados Unidos. No Brasil, em Salvador, no ano de 1882.
A professora Silvia Patuzzi, da PUC-Rio e da FGV, no artigo “Sem intermediários”, ensina que “evangélicos, presbiterianos, adventistas, pentecostais, protestantes, anabatistas e congregacionistas têm como ponto de partida o núcleo doutrinal luterano da justificação da fé”.
E como as Teorias de Martinho Lutero “romperam com a autoridade católica pregando o contato direto entre o homem e Deus pelo poder da fé”.
Batistas de todo mundo
Voltando ao encontro batista, no Rio. Houve a Convenção Batista Brasileira, no Maracanãzinho, seguido do Congresso da Aliança Batista Mundial, no Maracanã.
Na saudação às delegações brasileiras, a cada chamada o grupo correspondente se levantava e erguia o braço, ratificando a presença. A mais aplaudida foi a do Acre, ainda Território. Era composta por uma só pessoa, que repetiu o gesto das demais: levantou-se e, cumprimentando a plateia, acenou festivamente.
Era um fiel viajara 4.007 quilômetros, transpondo uma série de obstáculos, para dizer presente.
Justificadamente, a delegação de uma só pessoa mereceu os mais calorosos aplausos, de todo o estádio.
Região das menos povoadas do país, o Acre foi criado como Território Federal em 1904. Viraria de Estado em 1962.
Só restou a lembrança
O episódio ficou na memória de um dos batistas. Caso de um certo Adilson Dias Camargo, paranaense, que, aliás, bem mais recentemente, ao passar pela rua Visconde de Guarapuava, esquina com Westphalen, sentiu um nó na alma. O velho templo da 1.ª Igreja Batista em Curitiba tinha sido demolido. E virado estacionamento.
Um templo voltado para outros propósitos, símbolos do materialismo.
ENQUANTO ISSO…