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Ao ler que a Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou a identificação de um novo grupo de índios isolados no Vale do Javari, no Amazonas, Natureza Morta comentou com seus botões de estimação:
– Isso é bom ou é ruim? É para comemorar ou lamentar?
No mínimo, concluiu, é temerário. Para o solitário da Vila Piroquinha, quanto maior a distância que se mantenha em relação ao homem dito civilizado, melhor.
Informou a brava e indormida imprensa que as clareiras foram localizadas inicialmente por satélite e, depois, houve uma expedição aérea que avistou três clareiras com quatro grandes malocas.

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Ameaças de sempre

Pesquisadores garantem que, na Terra Indígena Vale do Javari, existe um complexo de povos isolados considerado como “a maior concentração de grupos isolados na Amazônia e no mundo”.
E veio o alerta: estão entre as principais ameaças à integridade desses grupos a pesca ilegal, a caça, a exploração madeireira, o garimpo, atividades agropastoris, ações missionárias e situações de fronteira, como o narcotráfico. Outro perigo é a exploração de petróleo no Peru.

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Alerta renovado

Falar sobre índios e não citar Cândido Rondon não faz muito sentido, principalmente nos (perigosos) dias de hoje. O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon morreu em 1958, mas seu trabalho precisa continuar. Em meio século, Rondon percorreu 40 mil quilômetros na desconhecida e quase inalcançável região Oeste do país. Construiu mais de 6 mil quilômetros de linhas telegráficas. Seus contatos com os indígenas fizeram história, viraram referência.

Matar, nunca

Em seu diário, Rondon anotou que, entre 1892 e 1893, “fui, desde logo, estabelecendo o lema que nortearia todo o meu trabalho no sertão, em relação a nossos irmãos, os índios: morrer se necessário for; matar, nunca”.
Descendente de índios bororo, guaná e terena, Rondon nasceu no Mato Grosso, em 5 de maio de 1865. Era chamado de pagmejera pelos índios. Pagmejera significa grande chefe.
Quando surgia na mata, era saudado pelos irmãos índios:
Paqui-megera, aregodo. Boe-migera curireu.
(Nosso grande chefe chegou! O grande chefe bororo!)
Que falta Rondon faz.

ENQUANTO ISSO…

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