Muito já se falou e foi escrito sobre um tal Steve Bartman, mas, na Vila Piroquinha, a turma só agora soube do incidente – e ficou assustada com a história.
– Que coisa! E depois o subdesenvorvido é a gente – reagiu Beronha.
Resumindo a história, com a providencial ajuda de Flávio de Jesus Stege Júnior, o que realmente entende da matéria: no dia 14 de outubro de 2003, no Wrigley Field, em Chicago, jogavam Chicago Cubs e o Florida Marlins.
Lá pelas tantas, no oitavo inning do jogo 6 da Liga Nacional Championship Series, o Chicago estava à frente (3 a 0) quando vários torcedores tentaram pegar uma bola de falta fora do bastão de Marlins. Vários, mas quem levou a pior – como se veria logo em seguida – foi Bartman. 26 anos, sentadão na primeira fila de cadeiras.
O sonho acabou. E choveu pizza
Como se diria por aqui, a vaca foi pro brejo. E com ela o sonho (95 anos na fila) do Chicago Cubs, que perdeu por 8 a 3. Adeus chance de disputar a World Series, quando bastaria uma simples vitória. O último título do CC tinha sido conquistado em 1908! (aqui cabe ponto de exclamação)
Correndo o risco de ser linchado, o anti-herói americano saiu escoltado do estádio. Horas e horas depois do jogo, e com uniforme emprestado por uma segurança.
A coisa, porém, não parou por aí. Identificado pela imprensa, que chegou a fornecer de bandeja até o endereço do cidadão, o jeito foi tomar chá de sumiço. Sem muito sucesso.
Na hora da grande mancada, Bartman foi, inicialmente, alvo de xingamentos. Depois vieram pedaços de pizza, cerveja, pretzels e “otras cositas más”, sob o coro da multidão: “Imbecil, imbecil, imbecil”.
Ao comentar o episódio, Natureza Morta disse para Beronha que o ser humano é assim mesmo. E quando o ser humano se torna massa, então…
Um caso brasileiro…
O solitário da Vila Piroquinha não resistiu e, mal comparando, citou outro episódio das loucas paixões que o esporte desperta. Caso de Diamantino Reis, o Uruguaio.
– Quem? – quis saber nosso anti-herói de plantão.
Personagem de Luis Fernando Veríssimo no livro “Os Espiões”. Na final da Copa de 50, na cidade onde morava – Santa Edwige dos Aflitos -, o sujeito apostou seco no Uruguai. E, é claro, papou o prêmio sozinho. Ficou rico, mas passou a ser hostilizado e amaldiçoado pelos moradores, em casa e principalmente quando se arriscava sair às ruas.
– Uruguaio safado! – era o mínimo que ouvia.
De nada adiantou ter aberto mão de toda a dinheirama, que distribuiu pela cidade.
– Continuou banido, um maldito. Aos 84 anos, passara 60 tentando se redimir. Sem sucesso. E, como Bartman, não ficou nem com a bola do jogo (se é que serviria de consolo), que, nos dois casos, passou a valer uma fortuna entre terceiros, os colecionadores.
ENQUANTO ISSO…
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