Parece que só descobriram agora. E o que temos é a tal “voz das ruas” devidamente filtrada, ampliada e induzida. A outra, espontânea, original, marca presença há muito tempo e com maior criatividade.
Alguns exemplos, catados pelo professor Afronsius e Natureza Morta: um caminhão de transporte de carga, todo enlameado, marcado pela poeira no pára-brisa, recebeu de um anônimo a inscrição, a dedo – “Deus cuida não lava”. Genial. Com todo respeito ao Poderoso.
Já numa casa, área nobre de Curitiba, no muro frontal, um cartaz adverte: “Preserve a calçada e o gramado. Aqui não é sanitário do seu cachorro”.
O protesto italiano
Já na Itália, um turista brasileiro anotou, anos atrás: no canto de uma ruela, picharam aviso que invocava um palavrão muito corrente, tanto aqui como lá. Na tradução livre: “Quem jogar aqui lixo é um figlio de una…”
De volta à Vila Piroquinha, temos num muro: “Muita calma nessas horas” e (Fulano de tal) “é caloteiro!”
– Não se trata de minha augusta pessoa – tratou de esclarecer Beronha, nosso anti-herói de plantão.
Outros recados direto das ruas:
– Não sou o máximo, mas estou perto.
– Grana curta? Viaje na maionese.
– Só peixe morto segue a correnteza.
– Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.
– Nonada.
– O General Inverno mudou o seu QG para Curitiba.
E por aí vão. E vamos. Até porque falta resposta à maior parte das indagações da voz das ruas.
ENQUANTO ISSO…