Visivelmente irritado, o professor Afronsius, vizinho da mansão da Vila Piroquinha, aproximou-se da cerca (viva) como que praguejando: – Zica. É zica. Tudo é zica! Natureza Morta, que já manja o professor porque estudou (um pouco) as bases da psicologia da Gestalt, aguardou alguns segundos antes de abrir a boca: – Que se passa? – A zica. E explicou o motivo de sua irritação: neófito em computador, quando dá problema no dito cujo ele recorre aos préstimos de um sobrinho, um mestre no assunto. – Tudo que ele diz é zica. Deu zica. Mas nunca explica exatamente qual foi o problema. É zica. Ponto final. E eu continuo boiando sem saber o real motivo quando o computador trava ou não pode exibir uma página da Web…
É o zodíaco
O solitário da Vila Piroquinha esperou a poeira baixar e citou outro exemplo da “resposta que responde mas não dá resposta à pergunta”.
– Lembra-se do giclê? Pois é. Antigamente, quando você ia a determinadas oficinas, não necessariamente de fundo de quintal, todo e qualquer problema com o carro tinha um só motivo. O tal do giclê.
Beronha, que tinha chegado para serrar o café (de coador) da manhã com direito a Vodka Bakunin, concordou:
– Outro mistério misterioso era a rebimbela da parafuseta. A bateria dava pau, mas o problema era sempre a rebimbela da parafuseta. Deveria ser algum defeito de fábrica… pelo menos com meu fusca 66.
Natureza concordou. O professor Afronsius, em parte.
– Ontem era o giclê, quando não a rebimbela. Hoje é a zica.
– Parece assassino do zodíaco. Até hoje um mistério indecifrável. Aliás, o zodíaco está de volta em seriados policiais da TV – encerrou Natureza, fazendo questão de afirmar que bom mesmo foi Zodiac, o filme David Fincher, 2007, com Mark Ruffalo e Anthony Edwards interpretando os policiais David Toschi e William Armstrong; Robert Downey Jr. (no papel do repórter policial Paul Avery) e Jake Gyllenhaal (fazendo o cartunista Robert Graysmith).
Caso encerrado. Encerrado?
ENQUANTO ISSO…