Ainda por conta do tempo em Curitiba – e poderia ser diferente? -, Natureza Morta e o professor Afronsius, tendo Beronha na frisa do teatro como um convidado mais ou menos atento, conversavam os dois sobre o Aeroporto Afonso Pena e a vinda da fábrica da Volvo.
– Nos dois casos, quem fez a escolha da capital acertou na mosca.
Um “esconderijo” perfeito
O aeroporto: construído em 1944, era um aeródromo militar na então Colônia Afonso Pena, município de São José dos Pinhais. Segundo a Seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, a iniciativa partiu do governo norte-americano, com o apoio do então Ministério da Guerra do Brasil. Uma decisão estratégica.
Com a Segunda Guerra Mundial correndo à solta, serviria, caso necessário fosse, para que os aliados enviassem aviões para combater no Atlântico Sul. Alvo: submarinos e navios da Alemanha nazista.
Névoa espessa, “a” camuflagem
Engenheiros militares americanos escolheram a região da Colônia Afonso Pena a dedo: a constante formação de névoa servia de camuflagem contra qualquer ataque. Ou seja, militarmente perfeito na época. Já hoje, a guerra é outra…
Com ares de Gotemburgo
Quanto à escolha da Volvo, em 1977, entre os motivos da Volvo do Brasil Motores e Veículos S.A. estava, por partes, a proximidade do Porto de Paranaguá e do parque de autopeças de São Paulo, além das escolas técnicas e da mão-de-obra especializada.
Mas consta que, além disso, as características curitibanas do tempo – frio, garoa, chuva – ajudaram.
Relata um amigo do professor Afronsius, o Ângelo da Volvo, que pesou igualmente para os técnicos suecos a similitude do tempo curitibano com Gotemburgo, sede mundial da Volvo.
– Suécia? Não foi lá que levantamos o caneco da Copa do Mundo de 58? Chão abençoado como o do Bar VIP – comemorou Beronha. Ainda no embalo da conquista da Copa das Confederações, nosso anti-herói de plantão partiu para o terceiro tempo das libações. Antes, quis saber quando o Sol vai voltar.
– Tal resposta nem perguntando no posto Ipiranga – sapecou Natureza.
ENQUANTO ISSO…