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Na tradicional passada de olhos pelo noticiário do dia, professor Afronsius ficou meio encucado com título da chamada de uma matéria:

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Acidentes aéreos no Brasil caem 15% em 2014.

Caem? Pois é.

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Nos velhos tempos da BBIIBriosa, Brava e Indormida Imprensa -, um jornal era formado em seu conjunto pela redação, revisão, oficina (composição e impressão) e circulação, sem esquecer, claro, o departamento comercial e o setor de venda de assinaturas e anúncios classificados.

Por culpa dos jornalistas, ou de alguns certos jornalistas, na sequência do fechamento de uma edição quem mais sofria era a revisão. Depois vinha a oficina (“esses cabras não cumprem o horário pra baixar as matérias!”), os banqueiros, donos de bancas de jornal (“chegou atrasado mais uma vez!”) e, por fim, os assinantes (“saí para o trabalho sem ler o noticiário do dia”).

No caso da revisão – naquele tempo uma equipe de bom número de profissionais qualificados e atentos a tudo -, o setor topava com erros que iam da concordância verbal (“a turma foram”) à falta de crase, passando por toda sorte de outros erros.

Os culpados de sempre

Não bastasse isso, quando acontecia de sair impresso um erro (“é um político altamente irrascível”), a culpa era sempre do goleiro, no caso, a revisão. Revisão, aliás, que não raras vezes pintava nas laudas como revizão.

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Sobre irascível, aquele sujeito do acesso de ira com facilidade, não dá para esquecer Graciliano Ramos, quando atuava no Correio da Manhã, do Rio. Contam companheiros da época que “o respeito do Velho Graça pela escrita era tamanho que ele chegava a julgar o caráter das pessoas pelo português que elas escreviam”.

E, então, era mais do que nunca “seco e implacável como o sertão”.

Quanto ao título sobre a queda de aviões, por que não acidente aéreos no Brasil diminuem 15% em 2014?

Que 2015 nos seja leve, em todos os sentidos. Principalmente quando em pleno voo.

ENQUANTO ISSO…

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