Não foi fácil. Ainda com as barras da calça umedecidas, o professor Afronsius fez um breve balanço do temporal que sapecou Curitiba e outras regiões do Paraná entre segunda e terça-feira.
– Entrou água até no celular.
É que, contrariando o conselho de Natureza Morta (“ele é um tremendo pé frio”), foi ao Ecoestádio torcer pelo Furacão. O que viu não foi o Furacão. Pelo contrário.
Surpresas e golpes inesperados
Já no dobrar a esquina para chegar ao ponto de ônibus, uma rajada de vento detonou seu guarda-chuva. Mas, cabeça dura, não desistiu.
– Enfim, aconteceu de tudo. Até tomamos gol de goleiro.
– Depois do Rogério Ceni, a CBF deveria proibir o goleiro de cobrar falta, pênalti ou escanteio. Cada papagaio no seu poleiro. Goleiro só na área. E gol de goleiro só se for gol contra, concordou Beronha.
No Bar VIP da Vila Piroquinha, a turma ficou ilhada. O granizo de segunda-feira, no entanto, fez a alegria de alguns. Bebedores de uísque, não faltou pedrinha de gelo.
Prepare-se que vem mais
Segundo matéria de Fernanda Trisotto, na Gazeta, o temporal deu uma amostra do que pode ocorrer nos próximos meses. Em todo o estado, houve estragos. E a chuva, em alguns casos, veio acompanhada de granizo e ventos fortes.
A previsão é de que essas pancadas ocorram com mais frequência na primavera e no verão. Influência do El Niño. Por conta do fenômeno, ocorre o aquecimento anormal das águas no Pacífico.
Ventania e ventos alísios
Nesse período, os ventos alísios – ventos de leste que sopram na região equatorial – enfraquecem fazendo com que a circulação geral da atmosfera mude.
Mas, com ventos alísios ou não, o professor Afronsius não perdeu a esperança.
– Espero que no próximo jogo tenhamos, não o El Niño, mas o velho e glorioso Furacão, o nosso Furacão. Na dúvida, porém, vou comprar um guarda-chuva resistente, não o descartável da lojinha 1,99 – e um par de galochas. A figa e o galho de arruda já estão ao alcance da mão.
ENQUANTO ISSO…