Por conta do noticiário sobre a(s) matança(s) no complexo penitenciário de Manaus, um amigo amazonense indagava: você sabe quem foi Anísio Jobim, que dá nome ao presídio? E, diante do silêncio, sugeria:
– Consulte o Portal Amazônia de A a Z.
De fato, e vale a pena:
– Anísio Jobim, na verdade Manoel Anísio Jobim, era alagoano que nasceu no dia 27 de março de 1877, na cidade de Anadia. Morreu aos 94 anos, em Manaus.
Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, turma de 1902, aos 25 anos. Em Alagoas, ingressou na magistratura. Foi Juiz de Direito e Promotor Público em Maceió, depois Procurador Geral do Estado. Tomou rumo para o Amazonas em 1910, aos 33 anos, para ser Juiz Municipal em Itacoatiara, isso em 17 de julho de 1911. Esteve nas comarcas de Coari e Rio Negro (Barcelos e Moura) e, em 1930, tornou-se Juiz de Direito da 1.ª Vara da capital.
Voltando a Manaus: foi Procurador Geral do Estado, Chefe de Polícia e desembargador do Tribunal de Apelação, nomeado em 1942. Foi também escritor e historiador. Na política, em 1951 assumiu o posto de senador quando Álvaro Maia foi empossado governador do Amazonas. Até 1955, foi membro da Comissão de Constituição e Justiça. Exerceu ainda, interinamente, o cargo de governador do Amazonas.
Atividade na área cultural
Na área cultural, integrou a Academia Carioca de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Federação das Academias de Letras do Brasil, Instituto de Etnografia e Sociologia do Amazonas e a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro.
Foi professor da Faculdade de Direito do Amazonas, cadeiras de Direito Mercantil e Direito do Trabalho; no Colégio N. S. Auxiliadora lecionou Direito e Técnica Comercial. Em Manaus, colaborou com O Jornal, Diário da Tarde e A Tarde.
A sua bibliografia é imensa. Além das monografias que escreveu e publicou sobre os municípios de Coari (1933), Manacapuru (1933), Codajás (1934), Tefé (1937), Moura (1938), São Paulo de Olivença (1940), Benjamin Constant (1943), Urucurituba (1947), Urucará (1948) Itacoatiara (1948), O Vale do Jutaí (1953) e Airão (1955).
É autor dos livros A Intelectualidade do Extremo Norte (1934), Aspectos Sócio-geográficos do Amazonas (1950), Três Municípios Amazonenses (1965) e o considerado clássico Amazonas e sua História, que integra a coleção Brasiliana, volume 292.
Ainda do portal:
– Um cidadão de nobres qualidades morais, de grande luminosidade cultural e profundamente apaixonado pelo Amazonas.
Fica o registro – e que descanse em paz.
ENQUANTO ISSO…
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