Não foi apenas uma pessoa que ouviu o comentário, mas várias que também estavam próximas. Todas garantem que ouviram a mesma coisa, muito embora nem todas tenham sido tocadas pela surpresa – seguida da cotovelada de espanto.
O cenário: o tal bar VIP (ou Top) que Beronha frequenta, dia sim e o outro também, na Vila Piroquinha.
A cena: um cidadão, de olho grudado na telinha, ou melhor, na telona de plasma, acompanhava o noticiário sobre a crise nos Estados Unidos e o possível calote geral do Tio Sam.
O comentário (abre aspas): “Vejam só! O maior país do mundo! E agora? Só mesmo Deus pode olhar por nós” – e se mandou.
O ontem e o hoje
Ao saber do episódio, Natureza Morta, para não ir muito longe ou se aprofundar numa discussão, lembrou de alguns governos norte-americanos. Começando por Theodore Roosevelt (26.° presidente, 1901/1909) e a sua política do “big stick”…
– Big o quê? – interveio Beronha, pensando automaticamente num suculento Big Mac carregado de mostarda e catchup.
– Big stick, o grande porrete – devolveu Natureza.
Pois bem, a doutrina se resumia a isso: “Speak softly and carry a big stick”.
– Continuo boiando – insistiu o anti-herói de plantão.
– Fale com suavidade e tenha na mão um porrete – traduziu o solitário da Vila Piroquinha – tratando de afofar o pêlo.
– E tem outro recado: os Estados Unidos não têm amigos, têm interesse – e, finalmente, saiu de cena.
Não só pela falta da “proteção” do maior país do mundo, mas pela própria desinformação da gente, mais o entreguismo – inocente ou não – e anos e anos de propaganda sistemática, não raras vezes subliminar, parece que só nos resta mesmo apelar para os cuidados vindos lá de cima.
– Do céu, do céu…
ENQUANTO ISSO…
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