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As inevitáveis conversas paralelas
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Terça-feira passada. Na TV, o jogo Bayern x Milan. Ao lado da mesa ocupada por Natureza Morta, que, muito ocasionalmente decidiu acompanhar Beronha até o boteco VIP da Vila Piroquinha, alguém quer saber:
– É campeonato alemão ou italiano?
– Nenhum dos dois. É a Copa Audi, jogo em Munique.
– Ah…
A partir daí, Natureza passou a anotar (mentalmente) os mais diversos e disparatados comentários e perguntas. Coisas do meio. Seguem alguns exemplos.
Terminada a partida (decisão nos pênaltis, e os craques só erraram uma penalidade), alguém pede para o Flavinho, dono do distinto estabelecimento, mudar de canal. Isso feito, a dupla Natureza e Beronha foi obrigada a ouvir, de outra mesa próxima:
– Xi! É um documentário e com um chato, um tal da Pablo Picasso.
Em outro canto, o diálogo:
– Ele só toma vinho com conhaque.
– Estraga o vinho ou o conhaque?
Horas depois, o noticiário. E mais conversas paralelas:
– Olha só: perdura o impasse entre democratas e republicanos…
– Obama é democrata ou republicano?
– Sabe que eu não sei…
Alguém dá uma espiada no jornal deixado sobre o balcão:
– Homem acorda na geladeira do necrotério.
– Nossa! Que porrete, hein?
Vira e mexe, e o futebol é o centro de quase todas as conversas:
– No meu tempo, sim, futebol era futebol mesmo. Amor à camisa. Eu fui do juvenil do Coritiba.
– Eu joguei no ospirante do Atlético…
Entra um freguês, inicia conversa com um outro e demonstra surpresa:
– Mas, bah, tchê! Como tu adivinhaste que eu sou gaúcho?
– Pela troca de cumprimentos, na calçada, ao cruzar com alguém que estava saindo: Que tal? Lindo, e tu?
Natureza tomou (num só gole) o seu Cowboy sem gelo (Jack Daniel’s, é claro), bateu continência para o nosso anti-herói de plantão e afofou o pêlo.

ENQUANTO ISSO…


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