Nada melhor do que ficar de olho e aprender com a História. Vai daí que, não sem certa aflição, professor Afronsius pôde deitar mão no exemplar deste mês da Revista de História da Biblioteca Nacional. Mudança de ano, etc e tal, atrasou um pouco.
E lá, na seção Almanaque – Outros Janeiros, página 88, em texto de Nashla Dahás – confirmou o que sabia de orelhada, por ouvi dizer.
Escreve ela que alguns historiadores “afirmam que o regime de exceção no Brasil teve seu marco final em 1979, quando a lei da anistia iniciou o processo de redemocratização após 15 anos de ditadura”. Mas…
Tal interpretação, continua Nashla, “desconsidera, entre outros exemplos, os quase 30 atentados a bomba que, no ano de 1980, atingiram opositores do regime”.
Um deles ocorreu em 27 de janeiro, na quadra da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, Rio de Janeiro. Ocorreria ali um comício do antigo MDB – Movimento Democrático Brasileiro -, partido criado em 1965.
“As bomba explodiram durante o ensaio e destruíram o palanque onde se iria promover um ato de apoio à fundação do Partido, sob a presidência de Ulysses Guimarães”. Mas…
“O recurso à morte e à mutilação por bomba continuaria ocorrendo até o famoso atentado do Riocentro, em abril de 1981, quando um erro no manuseio do artefato fez uma das bombas explodir dentro do carro onde estavam os militares responsáveis pelo ataque”.
– O tristemente famoso Puma – acrescentou professor Afronsius.
Aliás, um dos militares sobreviventes continua vivo. Wilson Machado. E, de capitão, hoje ostenta a patente de coronel. Quem morreu na operação foi um sargento.
Título do texto de Nashla Dahás: Bomba entre bambas.
ENQUANTO ISSO…