– Futebol é Cultura!
Pelo menos era assim que os narradores anunciavam nos (bons) tempos em que a TV Cultura de São Paulo transmitia futebol. Em PB. Bem melhor do que hoje, quando um canal por assinatura, multicolorido e cheio de pirotecnias, garante que “o melhor time é o seu”. Mesmo que ele, o time, já tenha sido rebaixado ou se debata na bacia das almas.
Por falar em bacia das almas, Beronha quis saber do que se tratava. Professor Afronsius, com sua paciência de Jó, explicou que a expressão bacia das almas é empregada quando alguém passa por grande dificuldade. Provém dos preparativos para a extrema unção, ou seja, a bacia em que se colocavam os óleos e unguentos já estava postada ao lado do leito do moribundo.
– Do jeito que estão alguns dos nossos times, não se trata mais de bacia das almas, mas de banheira das almas – tascou nosso anti-herói de plantão.
A Divina Comédia
Como o assunto resvalou para a bacia das almas, Natureza Morta comentou que, certa vez, ao ler a Divina Comédia, de Dante…
– O Mendonça, de Nova Trento? – interveio Beronha.
– Dante. Dante Alighieri. Onde eu estava mesmo? Ah, sim, no 9º Círculo do inferno, e eis que sou remetido para o Atlético Paranaense.
– Como?
– É que, no 9º Círculo, temos o Rio Cócito, um rio de gelo, rio das lamentações. Cócito lembrou Cocito. Ele mesmo, o bravo volante Cocito, que fez história como o único jogador que atuou nas três edições da Libertadores em que o Atlético marcou presença. Em duas passagens no Furacão, Cocito ganhou nada menos do que sete títulos. Além de comemorar a seletiva para a Libertadores de 1999, fez a festa nas conquistas da Copa Paraná de 1998, dos Campeonatos Paranaenses de 1998, 2000, 2001, 2002 e 2005 e do Campeonato Brasileiro de 2001.
– É um dos ídolos da torcida. E que, aliás, continua torcendo pela vaga do Atleticon na Copa Libertadores.
ENQUANTO ISSO…