Por variados motivos, e são muitos, não há quem refugue uma viagem de turismo. Mesmo quando o destino é uma região que já foi sucursal do inferno. No caso, com o nome Vietnã.
Movidos ou não pelos filmes Apocalypse Now, 1979, de Francis Ford Coppola, baseado no livro Heart of Darkness, de Joseph Conrad, com Marlon Brando, Robert Duvall e Martin Sheen, e Bom Dia, Vietnã! (Good Morning, Vietnam), 1987, de Barry Levinson, com Robin Williams e Forest Whitaker, turistas desembarcam em número cada vez maior no Vietnã.
Tiro ao alvo
Um grupo de curitibanos acaba de retornar de lá. Valeu a pena, apesar da longa viagem com passagem pelos Emirados Árabes. A turma foi conhecer os túneis vietcongs de Cu Chi, a 50 km de Saigon, na cidade de Ho Chi Minh.
Lá, entre muitos turistas norte-americanos, percorreu os túneis, conheceu armadilhas dos guerrilheiros, viu de perto as poderosas bombas lançadas pelos bombardeiros B-52, inclusive e principalmente com desfolhantes e outros produtos químicos e, quem diria, praticou inocente tiro ao alvo. Com os famosos fuzis AK-47 de fabricação soviética, o M16 americano e a metralhadora M60, também made in USA, metranca (.) ponto 30. Orientados por um militar, os alegres (?) visitantes efetuaram disparos numa área controlada pelo exército, mandando chumbo em imagens de tigres e outros animais, a 70/80 metros de distância.
Detalhe: o uso de um AK-47 era e é gratuito. A bala, não. Cada uma custa 2 dólares. Como um pente comporta muitos cartuchos, 10 deles é a carga mínima que eles vendem. Mesmo que você queira dar apenas e tão somente dar um só tirinho.
Depois do longo conflito do Vietnã, que começou quando então distante Indochina, com a presença francesa, e ganhou vulto entre 1959 e 1975 (os EUA entraram no rolo, oficialmente, oficialmente, em 1965), o turismo se faz valer também, é claro, do farto material bélico. Capturado ou recuperado.
Tudo movido a mister dólar, é claro. Como diria o Chê.
ENQUANTO ISSO…
