Sábado passado, no Centro Universitário FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), na capital paulista, testemunhas do bombardeio atômico de Hiroshima, em 1945, subiram ao palco para dar um depoimento sobre a tragédia nuclear, no biodrama Os Três Sobreviventes de Hiroshima. Segundo matéria de Ludmilla Souza, repórter da Agência Brasil, relataram suas experiências no momento do ataque, além da imigração para o nosso país.
Ainda da matéria: o roteiro foi desenvolvido a partir da coleta e organização dos relatos dos sobreviventes trabalhando com o conceito de biodrama, uma investigação cênica da biografia. Takashi Morita (93 anos), Junko Watanabe (73) e Kunihiko Bonkohara (76) estavam em Hiroshima na manhã de 6 de agosto de 1945, quando uma bomba atômica lançada por um avião dos Estados Unidos devastou a cidade matando mais de 140 mil pessoas já no fim da 2ª Guerra Mundial.
– A peça é resultado de um ano de pesquisa. Descobri que havia mais de 100 sobreviventes em São Paulo, tanto de Hiroshima quanto Nagasaki. A partir desse momento, eu já achava que era uma memória que não deveria se perder e, pelo fato também de serem discriminados pela própria colônia japonesa no Brasil, me aguçou ainda mais o interesse em trabalhar nessa peça, disse Rogério Nagai, idealizador do projeto, ator e diretor do espetáculo.
Reação em cadeia
A propósito de Hiroshima e Nakasaki, há quem tenha lembrado que é comum se referir ao episódio como o lançamento da bomba atômica. Como se ela fosse apenas uma. Na verdade, a primeira bomba, lançada em Hiroshima, a batizada de Little Boy, portava 60 toneladas de urânio.
A 576 metros acima da cidade, 43 segundos depois do lançamento o gatilho barométrico e o de tempo acionaram o mecanismo detonador. Um projétil de urânio foi disparado contra um alvo de urânio iniciando uma reação em cadeia. E a matéria sólida começou a se desintegrar liberando uma gigantesca quantidade de energia.
Já no caso de Nakasaki, três dias depois, a segunda bomba, chamada Fat Man, era constituída de plutônio. O alvo seria a cidade de Kokura. Devido às condições do tempo, o bombardeiro seguiu para o alvo alternativo, Nagasaki. A bomba de plutônio era mais terrível do que a que havia devastado Hiroshima.
ENQUANTO ISSO…