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Caça aos votos
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Como a campanha eleitoral ganha corpo, alguns casos merecem consulta a  registros históricos. Tempos atrás, um candidato a vereador compareceu a um comício cuidadosamente preparado em bairro distante. Distante e pobre, mas, por supuesto, um considerável nicho eleitoral. Fez um inflamado discurso tendo como palanque, demagogicamente, a carroceria de um caminhão. Para impressionar, o dito cujo candidato levara o seu chapéu de estimação, usado em pescarias no Mato Grosso. À época, o MT era um só.

Gesticulou bastante, entusiasmado, um boneco de mola, e, toda vez que se referia ao padroeiro da cidade, tirava o chapéu em reverência ao santo. Ao final da performance, ao se despedir, procurou o chapéu das pescarias:

– Cadê?!

Desnorteado e sem saber que o microfone estava aberto, passou a gritar:

– Ladrões, bando de ladrões! Povinho disgracido, miserável! Ladrões!

Tremendo vexame. De volta ao comitê eleitoral, ficou sabendo por um diligente assessor que o chapéu fora encontrado. Estava na cabine do caminhão, embaixo do banco, devidamente guardado por um outro diligente cabo eleitoral. É que tinha caído em um momento de maior exaltação do candidato e fora prontamente recolhido. Tudo esclarecido, mas era tarde. Muito tarde. E o cabôco não se elegeu. Votação? Pífia.

Há um outro episódio, agora mais antigo, mas clássico: o famoso discurso de um candidato a governador, que, ao discursar, batia no bolso:

– Aqui, aqui nunca entrou dinheiro público!

Ao que, em determinado comício, alguém gritou do meio da plateia:

– Calça nova, hein…

ENQUANTO ISSO…

 

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